Palestina: Líder conclama ONU a convocar conferência mundial pela paz
O presidente palestino, Mahmud Abbas, conclamou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a convocar uma conferência internacional “por um processo genuíno de paz”, no início do próximo ano.
Ao discursar na 75ª Assembleia Geral da ONU, acrescentou que um verdadeiro processo de paz deve levar a cabo “o fim da ocupação e a conquista por parte do povo palestino da liberdade e independência no interior de seu Estado, com Jerusalém Oriental como sua capital, dentro das fronteiras de 1967 e a resolução de questões fundamentais como a dos refugiados com base na Resolução 194 da ONU”.
Para Abbas, este processo de paz deve ser deslanchado através de uma Conferência Internacional na qual a ONU deve ter a colaboração do seu Conselho de Segurança e do Quarteto (grupo de negociação estabelecido em 2002 e integrado pela Rússia, União Europeia e Estados Unidos). A Conferência deve ser norteada “pela Lei Internacional, as Resoluções da ONU e outros termos de referência relevantes”.
Desde o estabelecimento do Quarteto, os esforços de avançar os temas que levariam à paz e ao fim do conflito Israel/Palestina, têm sido minados pelos governos israelenses, notadamente o de Bibi Netanyahu e, agora, com mais intensidade com apoio de Trump.
Há pouco, Netanyahu chegou a anunciar que anexaria unilateralmente 33% das terras palestinas ocupadas – no território palestino conhecido como Vale do Jordão – crime de guerra do qual Trump e Netanyahu tiveram que recuar mediante ampla rejeição e pressão internacional.
“Israel, a potência ocupante, e com o apoio do atual governo dos Estados Unidos, quer substituir o predomínio da lei internacional pelo chamado “Acordo do Século’ e a planejada anexação de mais de 33% das terras do Estado da Palestina, além da anexação da Jerusalém ocupada incluindo a mesquita Al Aqsa e a Igreja do Santo Sepulcro”.
Sobre as eleições, Abbas destacou: “Aqui estamos, apesar de todos os obstáculos que os senhores conhecem muito bem, preparando eleições parlamentares, seguidas por eleições presidenciais com a participação de todas as facções e partidos políticos palestinos”.