Jovens da Coreia do Sul em ato contra a expansão da Otan para Ásia-Pacífico

Sendo produto da Guerra Fria e a principal causadora do conflito na Ucrânia, a Otan é um perigo para a estabilidade da região Ásia-Pacífico. Os países da área, que estão fazendo parte da cúpula da Otan pela primeira vez – Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia – devem reconsiderar suas relações com Washington para não agravar os laços com Pequim, alerta artigo de opinião publicado no jornal chinês em língua inglesa, Global Times.

O artigo compara a aliança militar com um “muro perigoso”, referindo-se a um filósofo antigo chinês que um dia disse que “o cavalheiro não deve ficar sob um muro perigoso”. Ou seja, de certo modo pode-se dizer que a Otan é o maior “muro perigoso” no mundo hoje em dia. O desencadeamento da crise ucraniana em 24 de fevereiro de 2022 é – acrescenta – uma demonstração clara das consequências desastrosas do dilema de segurança europeia, provocado pela Otan com sua expansão.

Para o GT, a Otan está desencadeando uma “nova guerra fria”, mas de um tipo muito diferente da do século XX. Referindo-se ao artigo do Foreign Policy, publicado na segunda-feira (28), o autor diz: “Outra e muito diferente guerra fria está para começar […]. Na cúpula em Madri vamos ver os líderes do Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia se juntando à reunião pela primeira vez – agora estão sendo desenhadas linhas da batalha que podem permanecer por gerações”.

“De qualquer forma, a Otan é um bloco político-militar e nada pode mudar sua natureza. Sua própria existência apresenta ameaça para a paz e estabilidade mundial”, afirma o artigo.

Na cúpula de 28-30 de junho, a China pela primeira vez será declarada um “desafio” no conceito estratégico da Otan. Apesar de os líderes do bloco ainda não conseguirem elaborar uma visão conjunta sobre a China.

“Enquanto os EUA e o Reino Unido seguem com uma posição radical quanto à China, França e a Alemanha crêem que para descrever a China é preciso usar termos mais equilibrados e cautelosos. Anteriormente, o presidente francês Emmanuel Macron avisou que ‘não podemos prejudicar nossas relações com a China’”.

Esse ‘debate feroz’ em si demonstra até que ponto a retórica de ‘a China ameaçando a OTAN’ é absurda”, diz o artigo.

Ao aderirem à Otan, os países são frequentemente forçados a se tornar “vassalos” ou “peões” de Washington, observa o GT. Como resultado, suas preocupações relacionadas com a segurança não desaparecem, mas, no fim das contas, os países acabam enfrentando “riscos imprevisíveis de agravamento”.