Otan expulsa oito russos e Kremlin fecha missão do Tratado em Moscou
A Rússia suspenderá o funcionamento de sua representação ante a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Moscou, que ela mantém desde 1998, por conta da expulsão de oito cidadãos russos pela organização, declarou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, na segunda-feira (18).
“Em resposta às ações da Otan estamos suspendendo o trabalho de nossa missão permanente na aliança, incluindo o trabalho do principal representante militar. Provavelmente [será suspenso] a partir de 1º de novembro, ou levará mais alguns dias”, afirmou Lavrov em uma coletiva de imprensa.
Ele acrescentou que “em segundo lugar, nós [Rússia] estamos suspendendo as atividades da missão de contatos militares da Otan em Moscou, sendo assim, a acreditação dos seus funcionários deverá ser revogada a partir de 1º de novembro de 2021”.
“E em terceiro lugar, as atividades do escritório de informação da Otan em Moscou, que foi estabelecido na Embaixada do Reino da Bélgica, estão sendo encerradas”, sublinhou o chanceler russo.
Além disso, Lavrov detalhou que Moscou não pretende fazer de conta que as relações com a Otanpoderão mudar em uma perspectiva de curto prazo.
“A Otan não está interessada em qualquer diálogo equitativo. Se é assim, não vemos grande necessidade de continuar fazendo de conta que são possíveis quaisquer mudanças em um futuro próximo, porque a Otan já declarou, de fato, sobre a impossibilidade de tais alterações”, disse Lavrov.
O chefe do Comitê de Relações Internacionais da Duma Russa (Parlamento), Leonid Slutski, descreveu as acusações como “infundadas” e afirmou que, com a expulsão dos diplomatas, “o Ocidente continua seu curso de confronto diplomático com a Rússia”.
“A retirada do credenciamento de oito membros da equipe da Missão Permanente da Rússia junto à Otan reduzirá ainda mais o nível de comprometimento com o diálogo”, disse o parlamentar.
Em 6 de outubro, a Otan anunciou a redução da missão russa junto à aliança de 20 para 10 pessoas, oito diplomatas tiveram suas acreditações revogadas com o argumento sem nenhuma comprovação de que eram “oficiais da inteligência russa não declarados”, e outras duas vagas foram eliminadas. Segundo a aliança, até final de outubro os diplomatas russos devem deixar Bruxelas.