O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo que faltou critério a Michel Temer nos vetos dos setores que vão voltar a pagar imposto sobre a folha de pagamento, em vez de uma alíquota sobre o faturamento, a chamada reoneração. Segundo o deputado, ao vetar determinados segmentos, o governo está prejudicando a indústria nacional e a geração de empregos no país.

Pela decisão de Temer, voltarão a ser reoneradas empresas estratégicas de defesa, de transporte aéreo de carga e de passageiros regular, de serviços auxiliares ao transporte aéreo de carga e de passageiros regular, de manutenção e reparação de aeronaves, de manutenção e reparação de embarcações e empresas do comércio varejista de calçados e artigos de viagem.

“Temer vetou a manutenção do benefício a vários setores que geram muitos empregos e que sofrem uma concorrência desleal com importações. Os vetos de Michel Temer servem para enfraquecer a indústria nacional e gerar mais desemprego”, criticou.

“Um desafio do Brasil é rever todas as despesas tributárias, mas há que se ter filtros, critérios objetivos. Tem que sair do casuísmo e da resposta aos lobbies mais estruturado. Tem que pautar o desenvolvimento nacional e a geração de empregos”, falou Orlando.

Para o deputado, é uma necessidade revisar a política de desoneração da folha de pagamentos. “O Brasil deve revisar todas as despesas tributárias, todos os subsídios. O que servir ao desenvolvimento deve ser mantido, o que apenas serve de margem de lucro deveria ser reavaliado”, afirmou.

Orlando Silva disse ainda que irá iniciar na Câmara uma articulação para derrubar os vetos do presidente à Lei da Reoneração aprovada esta semana pelo Congresso como contrapartida para arcar o custo do “bolsa caminhoneiro”.