O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), ressaltou que a saída para a crise dos combustíveis passa diretamente pela revisão da política de preços da Petrobras, na tarde desta segunda-feira (28). Na visão do deputado, as Medidas Provisórias (MP) lançadas pelo governo Temer precisam ser minuciosamente analisadas pelo Congresso, pois podem não representar solução definitiva.

Para Orlando Silva, Temer assinou um “cheque em branco” que pode acabar acentuando a crise no país.

“O governo deveria ter dialogado com os estados, por exemplo, antes de editar essas medidas. Uma delas isenta o eixo levantado nos pedágios. Temos no país rodovias federais, estaduais e contratos. Como se poderá permitir a quebra dos contratos?  A forma atabalhoada que o governo está conduzindo essa crise pode gerar mais insegurança jurídica e mais instabilidade. O governo fala em ter um preço mínimo de frete, mas ato contínuo à votação dessa medida virão setores que contratam esses fretes questionar esse piso. Não existe tabelamento de preço de frete no Brasil e certamente quem pagará essa conta será o consumidor, pois o preço desse frete passará para o consumidor”, explicou.

O parlamentar acredita que a saída para a crise dos combustíveis passa diretamente pela revisão da política de preços da Petrobras e do plano de desinvestimento da estatal. “É inevitável rever a política de preços da Petrobras e, a médio prazo, o plano de desinvestimento da empresa. O Brasil já foi um país que exportou gasolina e hoje importa. Os números de importação de diesel do ano passado são recordes e, ao mesmo tempo, a Petrobras realiza um programa de desinvestimento que, na prática, significa reduzir a capacidade de refino, reduzir a capacidade de processamento do petróleo. No médio prazo, isso vai aumentar a dependência brasileira da importação de combustível. Isso que causa mais instabilidade hoje e vai causar no futuro”, disse.