Orlando Silva defende uma São Paulo com emprego e sem racismo
No debate da TV Bandeirantes, realizado na noite desta quinta-feira (1º/10), o candidato à Prefeitura de São Paulo, Orlando Silva, do PCdoB, abordou algumas das questões que compõem seu plano de governo, apontando para uma gestão voltada, entre outras prioridades, para a geração de emprego e renda, o combate às desigualdades e ao racismo e a valorização do serviço público.
Orlando iniciou o debate se solidarizando com as famílias das vítimas da Covid-19. “Já são cerca de 150 mil mortes. O presidente Jair Bolsonaro tem uma atitude criminosa e irresponsável e é, na verdade, o responsável pelas mortes e pelo desemprego. Eu acredito que é necessário que nós cuidemos da saúde e firmemos um pacto por emprego e salário. A crise é muito grave, mas São Paulo pode enfrentá-la”.
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A primeira questão, escolhida por votação pelas redes sociais, tratou do problema da cracolândia. Orlando defendeu que “a cracolândia será enfrentada com medidas no campo da saúde pública, trabalhando na redução de danos; no campo da reinserção econômica dessas pessoas que vivem em situação de drogadição e com inteligência policial combatendo o crime organizado”.
Com relação aos serviços públicos da cidade, o candidato defendeu: “Vou ser prefeito de São Paulo para reverter os ataques sofridos pelo serviço público da cidade. No primeiro dia de mandato, eu vou revogar o Sampaprev, uma vergonha que foi feita na cidade, atacando os professores numa votação covarde entre o Natal e o Ano Novo”, disse, em referência à reforma previdenciária aprovada no final do ano. “Defendo os direitos dos servidores porque eles são homens e mulheres preparados, honrados e vocacionados para servir à população de São Paulo. Mas, infelizmente, têm sido deixados de lado, humilhados, desconsiderados no serviço que prestam à cidade”, completou.
Transporte público e PPPs
Problema que atinge a grande maioria da população paulistana, o transporte público municipal também foi abordado. “É certo que temos de auditar os contratos com as empresas de transporte urbano de São Paulo. Cerca de R$ 4 bilhões devem ser o valor do subsídio no ano de 2020. Houve diminuição de passageiros e um incremento no subsídio. É preciso auditar, checar, conferir para que nós possamos subsidiar, reduzir tarifa e garantir, de fato, passe livre para os desempregados. Quanto à São Paulo Transporte, é uma grande empresa que precisa ser fortalecida inclusive para que a Prefeitura possa cumprir o seu papel”.
No que diz respeito às parcerias público-privadas, Orlando destacou: “Vamos interromper todas as iniciativas da Prefeitura no sentido da privatização de equipamentos que são importantes para a cidade. O que falta é uma estratégia de desenvolvimento que valorize a economia criativa, por exemplo, que saiba ocupar espaços como o do Anhembi, de Interlagos, com mais inteligência, com mais criatividade, explorando as potencialidades de São Paulo como uma cidade mundial. Tucano tem obsessão por privatizar. Aliás, eu vi o prefeito atual dizendo que a meta dele no próximo período é privatizar ainda mais a cidade. O Estado tem o seu papel nas políticas sociais e na indução do desenvolvimento econômico. Num momento em que a cidade vive uma crise tão grave, será muito importante o papel do poder público municipal para estimular o crescimento econômico e esses espaços fazem parte disso”.
Orlando também criticou Jair Bolsonaro dirigindo-se a um dos candidatos que defendem o presidente. “O governo de Bolsonaro fez explodir o custo de vida. Todo dia aumenta o preço dos alimentos. Eu falei do arroz porque está assustando todo mundo, é um alimento básico da dieta da população. Bolsonaro, que não queria auxílio emergencial, tolerou os 600 reais. O governo de Bolsonaro é um estelionato, Celso Russomano. Você deveria chamar o Procon para combater esse estelionato”.
Trabalho e enfrentamento ao racismo
O alto índice de desemprego na capital paulista e a necessidade de combatê-lo também foram tratados por Orlando. “Para enfrentar o drama atual da cidade de SP, onde há milhões de desempregados, eu apresentei um plano emergencial de emprego e renda para a cidade. Primeiro, retomando obras públicas, de infraestrutura urbana, de corredores de ônibus e de moradia popular, aquilo que a Prefeitura pode fazer para melhorar a vida da cidade e gerar emprego. Segundo, vamos apoiar a economia solidária, o microcrédito, de maneira que nós possamos ativar mais a economia na periferia. E terceiro, frentes de trabalho, gerando ocupação e oportunidade para nossa juventude, que sofre o dobro do desemprego”.
Com relação ao combate ao racismo, Orlando explicou: “Vamos garantir que o ensino de História da África, da cultura afrobrasileira, que tem um valor simbólico para a construção do nosso imaginário, seja feito de fato. Segundo, vamos criar uma defensoria de direitos humanos, mas que vai acompanhar cada crime de racismo na cidade para que não fique impune. Cada auto de resistência, quando houver violência policial contra negro, não ficará impune porque a defensoria municipal vai cobrar, acompanhar e garantir que a justiça seja feita. E vou tomar medidas para responsabilizar estabelecimentos comerciais onde aconteçam casos de racismo. A responsabilidade não será do vigilante, nem do funcionário; será da empresa que poderá, inclusive, ser fechada se praticar crime de racismo”.
Orlando concluiu sua participação dizendo: “Temos que resgatar a esperança. Eu conheço a periferia e o racismo desde sempre. Vivendo, sentindo. Eu sei o que é escola e saúde pública. Eu sei o que é ser criado por uma mãe solo. Eu sei o que é uma enchente na sua casa, eu sei o que é trabalhar com 13 anos de idade. E é essa experiência de vida que eu quero trazer para a construção política da cidade. Eu quero fazer um plano emergencial de emprego e renda, para dar chance para o povo. Eu quero ver nossa juventude brilhando pela cidade. E junto com a minha vice, enfermeira Andreia, quero governar São Paulo para quem mais precisa”.
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Por Priscila Lobregatte
Veja aqui a íntegra do debate