Orlando: Queda de quase 11% no PIB é fruto do boicote de Bolsonaro
Sob os efeitos do bolsonarismo e da pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira sofreu, no segundo trimestre, o maior tombo já registrado na série histórica. A queda foi de 10,94% no segundo trimestre de 2020, conforme o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (14).
Embora não seja oficial, o indicador é considerado uma “prévia” do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do PIB do segundo trimestre será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 1º de setembro.
Se a retração do PIB se confirmar no segundo trimestre deste ano, o Brasil terá entrado oficialmente em “recessão técnica”, ou seja, recuo do nível de atividade por dois trimestres consecutivos. Nos três primeiros meses deste ano – antes, portanto, do avanço da pandemia –, a economia já havia tido retração de 1,5%.
O recuo entre abril e junho deste ano foi verificado pelo Banco Central na comparação com o primeiro trimestre de 2020. O valor foi calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.
“O tombo foi enorme e a responsabilidade é de Bolsonaro”, afirmou, no Twitter, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). Segundo o parlamentar comunista, o presidente “boicotou o combate ao coronavírus, o pagamento do auxílio emergencial e o crédito para micro e pequenas empresas”.
Além da crise imposta pela Covid-19, a queda da atividade econômica reflete os desacertos do governo, que minimizou, desde o início, os impactos da pandemia. É certo que, seja qual for rumo adorado pelo presidente, a economia terá, neste ano, o pior desempenho na série histórica.
Na semana passada, o mercado financeiro estimou uma retração de 5,62% na economia brasileira em 2020. Já o Banco Mundial prevê uma queda de 8% no PIB do País, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 9,1% neste ano. Em 2019, segundo dados do IBGE, o PIB cresceu 1,1% – desempenho mais fraco em três anos.
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, de acordo com o Banco Central, o índice de atividade econômica registrou uma redução de 6,28%. Em 12 meses até junho de 2020, os números do BC indicam uma queda do PIB de 2,55% (sem ajuste sazonal).
Nem sempre os resultados do IBC-Br mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB. O cálculo dos dois indicadores é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
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(PL)