Em meio ao momento mais grave da pandemia no Brasil e no mesmo dia (3) em que o país bateu mais um triste recorde com 1.910 mortes em 24 horas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a desprezar medidas mais duras de enfrentamento à pandemia.

“No que depender de mim nunca teremos lockdown. Nunca, uma política que não deu certo em lugar nenhum do mundo”, declarou Bolsonaro, novamente tentando manipular a realidade a seu favor. A título de exemplo, conforme noticiou a CNN Brasil, no dia 25/02, em seis semanas de lockdown, o Reino Unido — país com maior número de mortes por coronavírus na Europa — teve uma queda de quase 80% no número de casos de Covid-19.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) se manifestou, em suas redes sociais, logo após as declarações do presidente. “Bolsonaro diz que, a depender dele, nunca haverá lockdown. Falta-lhe decência e responsabilidade. Lockdown não é bandeira política ou questão de vontade. Ninguém quer! Mas estamos com quase 2 mil mortes diárias. Sem conter o vírus, teremos que enterrar mortos no quintal de casa”.

O parlamentar completou dizendo que “é inaceitável que o presidente viva em fuga de suas responsabilidades. Basta! O Brasil passou a ser visto pelo mundo como país contagioso, nações desenvolvidas já não permitem a entrada de brasileiros. Ele fala de salvar a economia, mas cadáver não trabalha, não compra, não vende”.

Orlando destacou que “sem atitudes condizentes com a catástrofe, sem vacinação em massa já, auxílio digno para as pessoas ficarem em casa alimentadas, o Brasil será um imenso necrotério, com Bolsonaro, o cavaleiro da morte, sentado em pilhas de cadáveres. E, como se sabe, em cemitérios há lockdown”.

 

Por Priscila Lobregatte