Em uma série de postagens feitas nesta segunda-feira (26), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) falou sobre a CPI da Covid, que começa nesta terça-feira (27) no Senado, a preocupação de Bolsonaro com os seus desdobramentos e sobre a reforma administrativa que tramita na Câmara dos Deputados.

A verdade é uma só, disse Orlando: “Bolsonaro está se tremendo de medo da CPI da Pandemia, que será instalada amanhã. Com tantos erros de condução, a Comissão tem elementos de sobra para tirar o sono do Planalto”.

O parlamentar lembrou ainda que no Amazonas, durante entrevista a um canal de tevê local na sexta-feira (23), Bolsonaro “posou de valente e falou em Exército na rua contra governadores. Puro jogo de cena. Bolsonaro é um leão banguela, não tem apoio fardado, político ou social para quarteladas. O que lhe importa é a narrativa de quem tem força, o que anima a ala psiquiátrica dos apoiadores”.

O deputado apontou como novidades as recentes declarações de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, à imprensa, ”uma assunção de culpa do governo pelo boicote à compra da vacina da Pfizer”; e os “23 pontos levantados pela Casa Civil, que, a pretexto de preparar aliados, acabou soando como desespero de quem está nu em praça pública”.

A cada movimento, disse Orlando, “o governo revela mais fraqueza. A pesquisa Exame/Ideia de sexta-feira (23) acendeu a luz vermelha: o piso de 1/3 de apoio cedeu e já se aproxima perigosamente dos 20%. A rejeição roça os 60%. Meses de execração pública na CPI podem ser fatais. Bolsonaro sabe. Daí que que a única alternativa seja reafirmar o caminho e ‘trincar os dentes’ para atravessar o maremoto. Não é por lealdade que Bolsonaro voltou a afagar Pazuello. O presidente sabe que se o ex-ministro falar a verdade sobre as vacinas, sua cabeça ficará a prêmio”.

O parlamentar avalia que é cada vez mais nítido “que se apostou na imunidade de rebanho, levando milhares à morte. A essa altura, o desespero de Bolsonaro é não permitir que essa tese prevaleça, pois resultaria reconhecer crimes contra a Humanidade cometidos. Não é mais só 2022, mas o TPI (Tribunal Penal Internacional) que preocupa”.

Orlando colocou ainda que “lunáticos convocaram manifestação de apoio ao genocida. Não há como ser bom: se reunir reses suficientes, será o show de horrores já conhecido; se o gado for pouco, será um atestado de fraqueza passado em cartório. Pode ser o baile da Ilha Fiscal ou o dia de luto do Collor”.

Resistência na Câmara

No âmbito da Câmara dos Deputados, pondera Orlando, as batalhas serão de resistência e redução  de danos. “Primeiro, brecar a reforma administrativa, pauta dos mercados que tem a lógica fiscalista e de punição aos servidores públicos. A luta começa hoje na CCJC (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara), mas se estenderá em comissão especial e no plenário”.

Outra frente, diz, “será impedir a criminosa privatização dos Correios. A empresa deu R$ 1,5 bilhão de lucro líquido em 2020, tem infra em todo território nacional e, com a expansão das compras on line, virou uma galinha dos ovos de ouro. Agora é alvo da cobiça da rapinagem. Resistiremos!”.

 

Por Priscila Lobregatte