O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou, em suas redes sociais, sobre o que se espera, nesta semana, da CPI da Covid, que colherá depoimentos de todos os ministros da Saúde do governo Bolsonaro, a partir desta terça-feira (4), quando iniciará ouvindo Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

“Essa promete ser mais uma semana pesada em Brasília. No Planalto, o ar está tão denso que dá para pegar com a colher. O desespero ficou visível no fim de semana”, apontou Orlando.

O deputado comentou que Mandetta “tem experiência política e deve aproveitar o espaço para defender suas posições à frente do ministério, atacar Bolsonaro e se mover pensando em 2022. Se tiver juízo, a Oposição lhe dará espaço, porque a verdade é que Mandetta foi demitido do cargo por seus acertos e não pelos erros. Foi limado porque defendia o isolamento e se recusou a subscrever a cloroquina. Além disso, é preciso frisar, o adversário comum é Bolsonaro”.

Com relação a Teich, Orlando colocou que “é sem sal até para a CPI” e que pelo pouco tempo que ficou na pasta “contribuirá, se for honesto, sobre a motivação de sua queda: também recusou indicar a cloroquina, obsessão de Bolsonaro”.

Orlando Silva avalia que o ápice desta semana deverá ser a oitiva do ex-ministro Eduardo Pazuello, marcada para a quarta-feira (5). “Homem errado, no lugar errado e na hora errada, virou uma espécie de monumento à incompetência bolsonarista. Deve apanhar como boi ladrão na Comissão”, escreveu Orlando.

Para o deputado, o ex-ministro “servirá de boi de piranha”. Treinado no Palácio, anotou Orlando, Pazuello “deve assumir a bronca que é de Bolsonaro. Mas é difícil apagar o ‘um manda, o outro obedece’”.

O parlamentar colocou que “é indefensável a gestão de Pazuello. Além das centenas de milhares de mortes nas costas, do atraso vexatório das vacinas, da falta de remédios para intubação e etc., tem contra si provas materiais de crimes: casos da falta de oxigênio em Manaus e do kit Covid, pelo menos. Isso, meus amigos, pode sim terminar em cadeia. Ele vai segurar sozinho essa barra que é gostar do presidente? Pode ser que sim, mas até mesmo a falta de dignidade e amor próprio tem limites. Se considerar que está sendo rifado, Pazuello pode descarrilar?”.

Ao avaliar a situação do governo Bolsonaro, Orlando Silva apontou que “é péssima”, “pode ficar terrível se o ex-ministro perder a linha” e que deverá sobrar “para o genocida em chefe”.

Outro problema, apontou o deputado, será a contraposição às revelações de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República. “Se assumir a versão, estará se auto-declarando incompetente e responsável pela escassez de vacinas. Uma humilhação sem precedentes, mas não apenas: admitirá culpa por milhares de mortes evitáveis. Por outro lado, se desmentir o ex-Secom, imputará a responsabilidade pela recusa das 70 milhões de doses da Pfizer para o colo de Bolsonaro”, concluiu.

Por Priscila Lobregatte