O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu na sexta-feira (10) que um levantamento demasiado rápido das restrições de distanciamento impostas para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 poderia conduzir a um “rebote mortal” do novo coronavírus.

“Sei que alguns países já estão preparando a transição para abandonar as restrições de quarentena. Como todo o mundo, a OMS quer que as restrições sejam levantadas. Ao mesmo tempo, suspender as restrições muito rapidamente pode levar a um rebote mortal”, afirmou o microbiólogo e ex-ministro da Saúde e de Relações Exteriores da Etiópia, Ghebreyesus, em coletiva de imprensa virtual em Genebra.

“O refluxo (da pandemia) pode ser tão perigoso como sua propagação se não é administrado de forma adequada”, acrescentou desde a sede da entidade em Genebra.

De acordo com Tedros, os governos precisam levar em conta alguns fatores antes da flexibilização das medidas de quarentena. São eles:

–  Controle da transmissão

–  Oferta suficiente de serviços médicos e de saúde pública

–  Minimização dos riscos de um novo surto

–  Medidas preventivas em locais essenciais, como escolas, locais de trabalho e outros

–  Controle dos riscos de importação do vírus

– Participação ativa das comunidades

Michael Ryan, diretor-executivo da OMS, assinalou que, neste momento, os governos precisam se preocupar em como fazer mais testes de um tipo que identifica a presença do vírus específico, o teste PCR.

Tedros disse também que a organização está preocupada com as infecções entre os profissionais da saúde, com a quantidade de pessoal médico que em todo o mundo se encontra infectado pelo Covid-19, o que qualificou como uma “tendência alarmante”. “É alarmante, e se eles estiverem em risco, todos estarão em risco”, afirmou.

Foi organizada uma força tarefa da OMS para distribuir equipamentos de proteção para que os profissionais da saúde não estejam vulneráveis.

A Organização se propõe enviar, “pelo menos 100 milhões de máscaras e louvas médicas, até 25 milhões de respiradores e máscaras de outros tipos e até 2.5 milhões de testes de diagnóstico”, por mês. Além de “grandes quantidades de balões de oxigênio e outros equipamentos para atenção clínica”.

Este sistema constará de centros na Bélgica, China, Etiópia, Gana, Malásia, Panamá, África do Sul e nos Emirados Árabes Unidos. Estima que esta cadeia de suprimentos pode necessitar cobrir mais de 30% das necessidades mundiais na fase aguda da pandemia.

O custo dessa operação é estimado em US$ 280 milhões.