Oposicionista Xiomara é confirmada presidente eleita de Honduras
Com 100% das atas registradas e mais de 68,5% de participação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras confirmou a vitória de Xiomara Castro como presidente do país centro-americano para o período 2022-2026, nas eleições realizadas em 28 de novembro passado.
“Transformamos 12 anos de lágrimas e dor em alegria. O sacrifício de nossos mártires não foi em vão. Iniciaremos uma era de prosperidade, de solidariedade através do diálogo com todos os setores, sem discriminação e sem sectarismo”, assinalou Castro em 28 de novembro, quando foram conhecidos os primeiros resultados a seu favor.
“O plenário de conselheiros do Conselho Nacional Eleitoral declara eleita presidente (…) de Honduras por um período de quatro anos, que começa em 27 de janeiro de 2022 e termina em 27 de janeiro de 2026, a cidadã Iris Xiomara Castro Sarmiento”, anunciou no rádio e na televisão o presidente da CNE, Kelvin Aguirre.
De acordo com os resultados oficiais, a candidata da Aliança de Oposição, frente ampla formada pelos partidos Liberdade e Refundação (LIBRE), Salvador de Honduras, e Inovação e Unidade Social Democrática, obteve 51,12% dos votos, tornando-se a primeira mulher eleita presidente deste país.
“Obrigada. Um milhão 716 mil, 793 hondurenhas e hondurenhos, certificados pelo CNE com 100% das atas, confiaram em mim para mudar esta ditadura por uma democracia direta e participativa. Chega de corrupção! Já estamos trabalhando”, afirmou Xiomara, que já é reconhecida como a figura presidencial que mais votos obteve na história política de Honduras.
Em segundo lugar ficou o candidato oficial Nasry ‘Tito’ Asfura, do Partido Nacional de Honduras (PNH), que obteve 36,93% dos votos.
A presidente eleita substituirá Juan Orlando Hernández (do PN), em uma solenidade que será realizada no dia 27 de janeiro, no Estádio Nacional de Tegucigalpa.
Nas eleições, foram escolhidos ainda 128 deputados do Congresso Nacional com seus suplentes, 20 deputados do Parlamento Centro-americano com seus suplentes e 298 assentos municipais.
A vitória de Xiomara, além de representar a primeira vez que uma mulher governará o país (e a 12ª presidente latino-americana na história), marca o retorno ao poder do grupo do ex-presidente Manuel Zelaya (2006-2009), marido de Xiomara, deposto por um golpe orquestrado pelos Estados Unidos que, inclusive, fez com que ele buscasse abrigo na embaixada brasileira em Tegucigalpa à época.
Dois dias após as eleições, o candidato derrotado, Tito Asfura, visitou Xiomar Castro em sua casa, reconhecendo sua derrota e parabenizando-a pela vitória.
Dados do Banco Mundial mostram que Honduras é o segundo país mais pobre do continente, depois do Haiti: quase metade da população (4,8 milhões de pessoas) vive com menos de US$ 5,50 por dia e 14,8% dos hondurenhos sobrevivem com menos de US$ 1,90 por dia.
No momento em que é confirmada presidente de seu país, Xiomara Castro saúda Gabriel Boric por sua vitória contra o fascista Kast, no Chile: “Felicito a Gsbriel Boric que, no Chile, é um triunfo do povo, por resistir com dignidade. Desde Honduras envio minhas saudações e aperto sua mão com os laços de irmandade que une a nossos povos”.