Oposição na Câmara dos Deputados intensifica combate ao governo Temer
Líderes oposicionistas se reuniram com representantes das Centrais Sindicais para definir estratégias de luta para a próxima semana nas ruas e no Parlamento. Há previsão de greve geral na sexta-feira, dia 30 de junho.
Logo após a derrota emblemática de Michel Temer no Senado nesta terça-feira (20), deputados da Oposição se reuniram com sindicalistas para planejar novas mobilizações contra o presidente golpista. O encontro ocorreu na Liderança da Minoria na Câmara.
À frente da Bancada do PCdoB na Câmara, a deputada Alice Portugal (BA) destaca que é crucial reforçar o combate às reformas previdenciária e trabalhista, além de pressionar os deputados para que o Legislativo dê andamento a processo contra Temer. Existem mais de 10 pedidos de impeachment, mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda não aceitou nenhum. O Ministério Público e a Polícia Federal mostraram que há indícios de crimes como corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa.
“O Temer é o condutor das reformas. Vamos seguir denunciando fortemente isso e derrotar essa agenda. A manutenção do Temer é a continuidade das reformas. Há comprovação de crimes graves cometidos pelo presidente. Maia tem de desengavetar pelo menos um dos pedidos de impeachment”, avalia Alice Portugal.
Para a vice-líder da Minoria, Jandira Feghali, a vitória na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que rejeitou o relatório final da Reforma Trabalhista, impulsiona ainda mais as manifestações previstas para 30 de junho. “O resultado é uma mostra de que as coisas estão em movimento no Congresso e que a pressão sobre os parlamentares resulta na mudança de posições”, diz Jandira Feghali.
Pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participaram da reunião os dirigentes Vicente Selistre, João Paulo Ribeiro e Paulo Vinícius, que defenderam uma ação dos parlamentares da Minoria para ajudar na greve geral do dia 30. “É fundamental que os parlamentares denunciem o verdadeiro estupro à democracia que vem sendo cometido, quando barram sindicalistas das centrais de acompanhar uma votação que diz respeito diretamente aos interesses dos trabalhadores a que eles representam”, chamou a atenção Paulo Vinícius.