“Como o vírus, o bloqueio asfixia e mata e deve cessar”, afirma chanceler cubano, Bruno Rodríguez

A 85ª sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (23) uma resolução contra o criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro mantido pelos Estados Unidos há mais de 60 anos. Desde 1992, a Assembleia da ONU tem acolhido por crescente maioria a resolução cubana.

“184 votos a favor, 2 contra [EUA e Israel] e 3 abstenções [Brasil, Colômbia e Ucrânia]. É assim que o mundo reage à demanda cubana. Já são 28 anos de rejeição global do Bloqueio. Os bloqueadores ficam sem argumentos. Os solidários reforçam seu apoio”, publicou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em sua conta no Twitter.

Na sua intervenção na ONU, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, denunciou que, entre outros atropelos, os EUA afetam gravemente os esforços da Ilha para conter a pandemia e aliviar as consequências decorrentes. “Em 2020, Cuba, como o resto do mundo, teve que enfrentar os desafios extraordinários da pandemia Covid-19. O governo dos Estados Unidos fez do vírus um aliado em sua guerra não-convencional implacável; intensificou deliberada e oportunisticamente o bloqueio econômico, comercial e financeiro; e causou ao país perdas de cerca de 5 bilhões de dólares”, ressaltou.

Apesar disso, esclareceu Rodríguez, Cuba “procurou proteger a todos do vírus, ativou seu sólido e universal sistema de saúde e contou com a abnegação, a disposição ao sacrifício e a alta qualificação de seu pessoal; mobilizou o potencial científico nacional e sua indústria biofarmacêutica de nível mundial; contou com o apoio e o consenso manifesto da população e, principalmente, dos jovens e estudantes que acorreram como voluntários às áreas de risco e às investigações epidemiológicas”.

O ministro cubano destacou o fato de uma pequena ilha bloqueada ter desenvolvido cinco vacinas, das quais três foram aplicadas em 2.244.350 cubanos com pelo menos uma dose. “Pretendemos vacinar 70% da população durante este verão e o total antes do final do ano, apesar do bloqueio estar prejudicando fortemente a escala industrial dessas produções”, disse.

Como se tudo isso não bastasse, ressaltou Rodríguez, “intensificou-se a caluniosa campanha do governo dos Estados Unidos contra a cooperação médica” que se mantém pelo mundo afora. “Cuba enviou 57 brigadas especializadas do ‘Contingente Internacional Henry Reeve’ a 40 países ou territórios, que se juntaram aos mais de 28 mil profissionais da saúde que já então atendiam 59 nações”, informou.

Conforme Rodríguez, “como o vírus, o bloqueio asfixia e mata, e deve cessar. Pátria ou morte! Venceremos!”