Voluntários durante a crise sanitária em Milão

Amostras de um estudo na Itália que aponta que o coronavírus estava circulando fora da China em outubro de 2019 – antes da eclosão no país asiático – foram submetidas a novo escrutínio a pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou Giovanni Apolone, diretor científico do Instituto do Câncer de Milão (INT), um dos autores da pesquisa.

“A OMS nos perguntou se poderíamos compartilhar o material biológico e se poderíamos refazer os exames em um laboratório independente. Aceitamos”, disse Giovanni Apolone, diretor científico de uma das instituições de destaque italiana, o Instituto do Câncer de Milão (INT).

As conclusões dos pesquisadores italianos, publicadas na revista científica do INT, Tumori Journal, mostraram anticorpos neutralizadores do Sars-Cov-2 em sangue colhido de voluntários saudáveis durante uma triagem de câncer de pulmão na Itália em outubro de 2019.

“A OMS está em contato com os pesquisadores que publicaram o estudo original. Uma colaboração com laboratórios parceiros foi criada para exames adicionais”, disse um porta-voz da organização de Saúde mundial.

Ele disse que a OMS está ciente de que os pesquisadores estão planejando publicar um relatório suplementar “no futuro próximo”.

O porta-voz ainda disse que a agência contatou todos os pesquisadores que publicaram ou forneceram informações sobre amostras coletadas em 2019 que foram relatadas como positivas para Sars-Cov-2, acrescentando que não há ainda uma interpretação final da revisão dos resultados.

Traços do patógeno também foram encontrados em amostras de redes de esgoto na Itália e no Brasil, coletadas respectivamente em dezembro e novembro de 2019.

A revisão desses resultados por pesquisadores independentes faz parte do esforço da OMS para fazer a busca da origem do coronavírus com base na ciência e não em interesses políticos inconfessáveis.

Diante do inusitado anúncio de Biden de que é a CIA que vai em “90 dias” resolver “a origem do vírus”, a OMS reagiu advertindo contra a “politização” de uma discussão que é própria à ciência, e que a busca pela origem da pandemia está sendo “envenenada pela política”.

A OMS, após envio de missão de especialistas à China de quatro semanas de duração, que revisou procedimentos, discutiu com cientistas chinesas e visitou o laboratório de Wuhan, considerou “altamente improvável” a hipótese de criação artificial do coronavírus e manteve que tudo indica que a transmissão se deu de um hospedeiro, para humanos, possivelmente através de outro animal.

A decisão de Biden aconteceu após um ‘jornalista’ que participou da fraude das ‘armas de destruição em massa do Iraque em 2002’ nas páginas do The New York Times, Michael Gordon, reaparecer assinando um artigo com base em especulações sem fonte e sem evidências, de parte da ‘comunidade de inteligência’, de “três cientistas hospitalizados” do Wuhan Lab em novembro de 2019, publicado pelo Wall Street Journal. Ocorreu então uma reviravolta na mídia do establishment norte-americano que considerava o ‘vazamento do Lab de Wuhan’ uma teoria da conspiração e passou a considerá-la ‘factível’.

O que foi seguido pelo “vazamento dos e-mails do Dr. Fauci”, usado para desacreditar o epidemiologista que foi a principal personalidade que, dentro do governo Trump, se opôs ao negacionismo.