OMS pede que EUA e União Europeia detenham‘apartheid das vacinas’
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que qualquer vacina Covid-19 que tenha recebido sua autorização para uso emergencial deve ser reconhecida por todos os países ao abrirem suas fronteiras a viajantes inoculados.
O anúncio da OMS é uma reação ao ‘apartheid das vacinas’ que vem sendo imposto pelos EUA e União Europeia, com o caso mais escandaloso sendo o da vacina AstraZeneca fabricada sob licença na Índia, cujo imunizado não terá permitida a entrada, enquanto se for a vacina made in Britain, aí será aceito.
A União Europeia adotou um ‘passaporte de vacina’ que discrimina imunizantes. O apartheid visa especialmente as vacinas chinesas (Sinovac e Sinopharm) e a russa Sputnik V. O que implica em que os países que receberam vacinas via mecanismo Covax da OMS – a maioria – são automaticamente discriminados.
“Qualquer medida que apenas permita que as pessoas protegidas por um subconjunto de vacinas aprovadas pela OMS se beneficiem da reabertura da viagem … efetivamente criaria um sistema de duas camadas, ampliando ainda mais a divisão global de vacinas e exacerbando as desigualdades que já vimos na distribuição de vacinas Covid-19”, disse um comunicado da OMS na quinta-feira (1º). “Isso afetaria negativamente o crescimento das economias que já estão sofrendo mais.”
A OMS disse que tais medidas minam “a confiança nas vacinas que salvam vidas que já se mostraram seguras e eficazes”. Em suas análises das duas vacinas chinesas, a agência de saúde da ONU disse que ambas reduzem “significativamente” o risco de hospitalizações e mortes.
A OMS já deu luz verde para uso emergencial às vacinas da Pfizer-BioNTech, Moderna, AstraZeneca, Sinovac (Coronavac) e Sinopharm.
Em seu objetivo de restaurar as viagens pela Europa, a União Europeia disse em maio que só reconheceria as pessoas como vacinadas se elas tivessem recebido vacinas licenciadas pela Agência Europeia de Medicamentos – embora individualmente cada país membro possa permitir a entrada de viajantes que hajam recebido outro imunizante, incluindo o Sputnik V da Rússia
O regulador de medicamentos da UE está atualmente considerando licenciar a vacina chinesa Sinovac, mas não há prazo para uma decisão. Nitidamente, a exclusão da Sputnik V é mais uma forma de sanção contra a Rússia por não se submeter a ditames externos.