Diretor da OMS Tedros Adhanom apontou que acabar com a desigualdade vacinal é medida decisiva.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, conclamou na última segunda-feira (20) a que os países tomem as difíceis decisões necessárias para a erradicação da Covid-19 combatendo a imensa desigualdade na distribuição das vacinas. Há dois meses, 20% dos habitantes de países de renda baixa receberam a primeira dose, em comparação com 80% nos países de renda mais alta, alertou.

Segundo Tedros, “2022 deve ser o ano em que acabaremos com a pandemia”, mas isso não será possível se continuarmos convivendo com a enorme desproporção no acesso aos instrumentos de combate à pandemia. Ele insistiu na possibilidade de detenção do vírus, mas reiterou que para isso será necessário o uso de todas as ferramentas disponíveis, desde as vacinas até o uso de máscaras e o distanciamento físico. E o mais importante, apontou, “se quisermos acabar com a pandemia no próximo ano, devemos acabar com a desigualdade”.

Como tem reiterado, o responsável pela OMS “econômica, epidemiológica e moralmente, é do interesse de todos os países usar os dados mais recentes disponíveis para disponibilizar a todos vacinas que salvam vidas”.

Durante uma reunião com jornalistas em Genebra, o responsável pela OMS ressaltou que, apesar das indicações de que a variante ômicron não é mais grave do que a Delta – que ainda é a cepa dominante -, os dados iniciais mostraram que o ômicron tem maior transmissibilidade e uma resistência preocupante às vacinas.

Com os casos aumentando rapidamente, Tedros enfatizou que é melhor cancelar os eventos massivos “agora e comemorar mais tarde, do que comemorar agora e sofrer mais tarde”.

Desde a semana passada, a variante ômicron, de rápida disseminação, passou a ser a cepa principal do coronavírus nos Estados Unidos, respondendo por 73,2% dos novos casos, informaram as autoridades de saúde.

Diante desta nova realidade, vários países da União Europeia estão impondo restrições de viagens domésticas e internacionais a fim de desacelerar a disseminação da variante ômicron e o aumento dos casos de Covid-19 pelo continente.

O número de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo ultrapassou 275 milhões, com mais de 5,3 milhões de mortes, de acordo com os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins. A lista de óbitos é encabeçada pelos Estados Unidos, com 807 mil e pelo Brasil, com 618 mil.