“Estamos ainda na fase aguda de uma pandemia, portanto não é o momento de se cortar financiamento”, afirmou o Dr. Hans Kluge, diretor regional da OMS (Organização Mundial da Saúde) ao rechaçar as acusações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e suas ameaças de cortar os pagamentos de Washington à organização internacional.

O Dr. Bruce Aylward, assessor ao diretor-geral da OMS, falando de Genebra no dia 8, rebateu a aleivosia de que a entidade estaria “centrada na China”, afirmando que o trabalho com a China teve bases concretas e não uma ‘preferência’ sem base: “Foi absolutamente crítico na fase inicial do surto ter acesso a tudo o que era possível e o conhecimento do terreno, assim como o trabalho no terreno com os chineses para entender o comportamento da pandemia”.

“É isso o que foi feito, assim como fizemos com cada outro país duramente atingido, a exemplo da Espanha, e não há nenhuma relação específica com a China”, acrescentou o Dr. Bruce.

Ele liderou a missão de especialistas da OMS à China, no mês de fevereiro, e observou que a China “trabalhou muito duro” para detectar e identificar a localização dos casos e seus contatos e garantir que tais pessoas não viajassem.

“A China”, reafirmou, “trabalhou muito, muito duro, desde quando entendeu com o que estava tratando, para tentar identificar e ter a certeza de que os infectados fossem isolados de forma a saber onde o vírus estava, onde o perigo se localizava”.

“Depois eles deixaram muito claro de que estas pessoas não poderiam viajar dentro do país e muito menos internacionalmente”, acrescentou.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tem saudado a China por seu trabalho desde o início do surto e à “rara capacidade de liderança do presidente Xi Jinping.

David Heymann, professor na London School of Hygiene & Tropical Medicine que liderou a resposta da OMS ao surto de SARS, em 2003, declarou que o corte por parte da Casa Branca seria “um duro golpe nos que combatem a pandemia”.

“Seria um desastre para a OMS que já trabalha em condições de aperto orçamentário. É claro que seria um desastre fazer a entidade perder financiamento”, disse ainda o Dr. Heymann.