Olívia defende uso pelo SUS de leitos privados para tratar Covid-19
A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), pré-candidata pelo PCdoB a prefeitura de Salvador, está preocupada com a possibilidade de aumento dos casos graves de Covid-19 na Bahia e o consequente colapso do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, indicou ao governador Rui Costa que o estado assuma a coordenação integrada da capacidade hospitalar pública e privada. A ideia é dar uma resposta mais abrangente à crescente crise que se avizinha, em curto prazo, e que demanda um maior número de espaços de internação e de terapia intensiva.
“Diante da insuficiência de leitos, é preciso exigir que o setor privado, incluindo planos de saúde e hospitais privados, cedam de forma mais decisiva do que vem fazendo, dada a quantidade de recursos assistenciais que mobilizam: leitos, profissionais, respiradores, equipamentos, máscaras, entre outros. Evitar ou postergar essa decisão terá um impacto direto em vidas perdidas”, justificou a parlamentar.
Segundo a deputada, ações importantes já foram realizadas na Bahia, para ampliar a oferta de leitos por meio da adaptação de espaços, como a utilização do Hospital Espanhol e do Hotel Riverside, mas ainda são insuficientes. “O fato é que as secretarias estaduais e municipais não serão capazes de responder sozinhas a essa situação”, disse.
A medida indicada por Olívia já foi adotada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que publicou um decreto de requisição administrativa de leitos de hospitais privados em São Luís, capital do estado, e em Imperatriz, a 630 km da capital. Segundo o governador, não se trata de confisco, já que haverá indenização. Todo o processo está apoiado na Constituição de 1988.
A decisão também atende a uma recomendação feita pelo Conselho Nacional de Justiça, de uso das Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs) privadas contra a Covid-19 para desafogar os sistemas públicos de saúde. Outros países, como Espanha e Irlanda, adotaram o sistema da fila única.