Obrador diz a Biden que “Assange não cometeu nenhum crime” e oferece asilo ao jornalista

O presidente do México, López Obrador, informou que durante sua visita a Washington, em 11 de julho passado, deixou uma carta a Biden, solicitando a não extradição do jornalista australiano Julian Assange, a quem as autoridades norte-americanas pretendem encarcerar com base nas suas revelações de crimes de guerra norte-americanos através de seu portal WikiLeaks.

“Deixei uma carta ao presidente Biden sobre Assange (…) explicando que ele não cometeu nenhum crime. Ele não matou ninguém, não violou nenhum direito humano e exerceu sua liberdade”, afirmou o presidente na segunda-feira (18), em sua habitual conferência coletiva diária. Na carta, Obrador argumentou que a prisão do jornalista australiano “significaria uma afronta permanente à liberdade de expressão e à liberdade” e confirmou que o México continua disposto a fornecer proteção e asilo a ele.

O fundador do WikiLeaks está na prisão de segurança máxima de Belmarsh desde abril de 2019, quando os tribunais britânicos assumiram a responsabilidade sobre a possível extradição de Assange para os EUA, decisão que recentemente tomaram.

A secretária do Interior inglesa, Priti Patel, assinou em 17 de junho a ordem de extradição do jornalista para os Estados Unidos, onde um tribunal de fancaria o aguarda para lhe impor uma pena de 175 anos por publicar provas dos crimes de guerra dos EUA no Iraque, Afeganistão e Guantánamo, divulgação jornalisticamente lícita, mas que o governo de Washington acusa de “espionagem”.

No início deste mês, Assange apresentou ao Supremo Tribunal de Londres um recurso contra a extradição para os Estados Unidos.