O país precisa da unidade dos trabalhadores e do povo, diz Marcelino
O presidente estadual do PCdoB-PE, Marcelino Granja falou que o Brasil precisa de unidade dos trabalhadores e do povo, ao discursar no ato pelo 1º de Maio, no Recife, nesta terça-feira (1º/05), Dia do Trabalhador.
“Não existe 1º de Maio que não seja marcado por momentos bons ou difíceis como este que vivemos mais uma vez na História do Brasil. Como Lula, o PCdoB e as lideranças da classe trabalhadora sofrem a perseguição histórica das classes dominantes, da burguesia brasileira e internacional, que não aceitam que os trabalhadores se levantem por um novo mundo de igualdade e liberdade”.
Ele lembrou os nomes de Luiz Carlos Prestes e de João Amazonas como exemplos de militantes e dirigentes de partidos objetos de perseguição política contínua por parte do Estado brasileiro e suas organizações policiais, tal qual o ex-presidente Lula, preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), há quase 30 dias.
“O Brasil sempre precisou da unidade da classe operária, da unidade dos trabalhadores em torno da bandeira da igualdade, da soberania, da democracia e da liberdade. E neste momento em que está ainda em curso o golpe que depôs a presidenta Dilma, em 2016, em que o ex-presidente Lula, a maior liderança popular do Brasil, é um preso político cabe aos trabalhadores, – ao mesmo tempo em que lutam por seus direitos, contra a redução salarial e o desemprego em massa, contra a entrega da soberania nacional e dos ativos nacionais -, lutar pela democracia e pela liberdade, mas sabendo, do mesmo jeito que nós soubemos quando libertamos Prestes, João Amazonas e Alanir Cardoso, quando derrubamos todas as ditaduras do passado e as mais recentes, que sem a unidade dos trabalhadores e a unidade mais ampla do povo nós não conquistaremos a vitória”, alertou o dirigente comunista.
Unidade e Frente Ampla
Ainda em seu discurso ontem, Marcelino enfatizou o papel dos trabalhadores e do povo brasileiro na luta por um país democrático, soberano e livre. “Cabe agora aos trabalhadores conduzirem o Brasil numa frente ampla, a mais ampla possível, a mesma frente ampla que derrotou o fascismo em 1945, que ousou colocar o Brasil na cena dos países desenvolvidos em 1964, a mesma frente ampla que derrotou o regime militar, para que possamos restaurar o Estado Democrático de Direito e derrotar o golpe nas eleições de 2018 porque temos condições de derrotá-lo nas urnas em 2018”, destacou.
Ele lembrou, no entanto, que, “para isso, precisamos da unidade dos trabalhadores e da unidade mais ampla do povo como sempre foi na História, pois foi sempre assim que libertamos os presos políticos do passado, os presos políticos do Partido Comunista do Brasil e vamos agora libertar este preso político atual, o ex-presidente Lula, para restaurar a democracia e trazer a vitória do povo para o Brasil em 2018”, reafirmou.
Ao final de sua fala, o presidente do PCdoB Pernambuco conclamou a classe trabalhadora e o povo para se unirem na luta pelo resgate da democracia, da soberania e da liberdade no país. “Por isso neste 1º de Maio de 2018, com altivez, os trabalhadores do país estão sendo chamados, novamente, como sempre estiveram na luta contra o fascismo, na luta contra o nazismo, na luta pela restauração da democracia em 1945, na luta contra o golpe militar em 1964, na luta para derrubar o regime em 1985, na luta para eleger Lula em 1989, 1990 e 2002. Um abraço do Partido Comunista do Brasil em seus 96 anos de luta, em seus 96 anos de 1º de Maio sempre lutando pela classe operária, pela soberania nacional, pela democracia e pela liberdade”.
Lula livre
Cerca de cinco mil dirigentes e militantes de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos participaram nesta terça-feira (1º) do ato político comemorativo ao Dia do Trabalhador. Bonecos gigantes do ex-presidente Lula e de Dom Helder Câmara reforçaram o colorido da manifestação. A concentração aconteceu na Praça do Derby, na área central do Recife às 9h. Com faixas e cartazes e música, os manifestantes pediram a libertação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba (PR) desde o dia 7 de abril.
As bandeiras de luta dos trabalhadores incluíram ainda o combate contra a reforma previdenciária e pela revogação da reforma trabalhista, além de pautas econômicas como a geração de emprego e renda, o fim do congelamento de gastos públicos e a continuidade do financiamento sindical.
A manifestação foi encerrada com caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista, na área central da cidade. Em Pernambuco houve também manifestações em Petrolina, no Sertão, e Passira, no Agreste, além de bloqueio de rodovias em Goiana, na área norte do estado.