A violência que assola o Rio de Janeiro, principalmente, mas também o Brasil em geral, é fruto de uma política de Estado mínimo. A população fluminense, em especial nas áreas mais carentes, sofre com a falta do Estado brasileiro, que não apresenta políticas públicas concretas e consistentes para melhorar a vida das pessoas.

Esse Estado mínimo, apregoado por uma elite que vira as costas para o povo, não consegue dar respostas aos anseios da população.

Nos últimos dias , o Rio de Janeiro sofreu com novos episódios de uma violência desenfreada. Em diversos pontos da cidade aconteceram tiroteios, com vários baleados e pelo menos três mortes, ocorridos na Cidade de Deus, na Rocinha e na Praça Seca. Em Anchieta, uma criança de três anos morreu em tentativa de assalto.

Uma operação na Maré fechou as principais vias do Rio: Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela. A Prefeitura do Rio chegou a alertar a população para que evite passar pelas áreas próximas, recomendando o uso de trem e metrô.

Porém, os milhares de moradores destas regiões dominadas pelo crime continuam à mercê da violência diária, sem qualquer proteção do Estado. Enquanto isso, a política de segurança pública continua falida, sem qualquer iniciativa para retomar o controle destes lugares. As UPPs, sem investimentos, há tempos já não conseguem mais dar sequer uma pequena resposta.

Enquanto isso, as forças de segurança (Estado, Federal e Forças Armadas) continuam tentando ocupar alguns pontos, como Cidade de Deus e outras áreas da cidade. Essas ocupações provocam ainda temor, pelos desmandos da polícia, que invade casas sem qualquer autorização para isso.

A retomada de uma política de segurança pública séria depende da união das forças do Estado e do Governo Federal, que não fique apenas em uma ocupação esporádica, sem que depois o Estado se faça presente em melhorias e programas sociais para o povo. Ao mesmo tempo, essas forças de segurança precisam de investimentos e agir em conjunto com a Inteligência para poder lograr êxito em suas ações. Do contrário, as mortes de inocentes serão mais uma vez capa dos jornais e novos números para uma estatística macabra que não para de crescer.

Superar essa barbárie requer a retomada da democracia, com a perspectiva da vitória de um projeto de defesa do desenvolvimento e da geração de empregos, com a defesa dos direitos do povo em primeiro lugar.