Boneco Trump com topete laranja e o carimbo de "perdedor" (loser)

Direto de seu clube de golfe na Flórida, Donald Trump reagiu na tarde de sábado (7) a notícia de que o eleito é Joe Biden, asseverando que a eleição vai para o tapetão e está “longe de terminar”.

Ele prometeu “já na segunda-feira” acelerar a ida aos tribunais, contra a soberania popular.

Enquanto Trump se nega a aceitar a sugestão do prefeito de Filadélfia, Jim Kenney, para que “vista as calças de adulto e reconheça a derrota”, manifestantes nas ruas festejam pelo país inteiro, exibindo lemas como “Trump acabou”. E um outro que ele próprio tornou famoso no seu reality show: “está demitido”.

A curiosa tese de Trump é que pelos votos “legais”, ele “venceu de lavada”, apesar de que neste ano de pandemia, que sua incúria agravou, 103 milhões de pessoas votaram antecipadamente, dos quais 64 milhões pelo correio.

Em suma, para ser legal, o voto precisa ser no presidente bilionário. Segundo ele, “os votos legais decidem quem é o presidente, não a mídia”.

Trump persiste na recusa de aceitar que a ‘miragem vermelha’ [cor dos republicanos] – a maioria de votos no dia 3 – era exatamente uma miragem, que se desfez à medida que os mais numerosos votos por antecipação foram sendo contados.

No comunicado, Trump disse que irá aos tribunais para que “o vencedor legítimo esteja sentado” na Casa Branca.

Na frenética campanha de desinformação que desencadeou sob #EleiçãoFraudada, Trump acusou, sem qualquer prova, que a campanha de Biden quer “contar cédulas mesmo que sejam fraudulentas, fabricadas ou lançadas por eleitores inelegíveis ou falecidos”.

Trump disse ainda que Biden “está se apressando em fingir que é o vencedor”, com a ajuda dos “aliados da mídia”, porque não querem que “a verdade” seja exposta. Declaração ainda mais ridícula, por vir de alguém flagrado pela mídia mentindo uma ou duas dúzias de vezes diariamente, ao vivo ou pelo Twitter, ao longo dos últimos quatro anos.