Fontes do New York Times na Casa Branca apontam que países podem preterir o dólar por outras moedas

O jornal New York Times assinalou que autoridades da administração Biden avaliam que o confisco dos ativos russos por conta da operação militar na Ucrânia poderia levar a uma desconfiança generalizada nos EUA e no dólar como moeda de transações internacionais por parte de outros países.

O jornal norte-americano informa que fontes ligadas ao governo estão debatendo as possibilidades dessa ação “encorajar outros países a colocar suas reservas nacionais em outras moedas, mantendo-as fora dos EUA”.

Dias atrás, a chefe do Departamento do Tesouro, Janet Yellen, registrou inclusive que o confisco dos ativos russos é ilegal.

Washington e seus aliados europeus discutiram publicamente sobre o que fazer com os estimados US$ 300 bilhões (R$ 1,4 trilhões) em ativos russos congelados no exterior desde o início da operação militar de Moscou na Ucrânia.

No início do mês de maio, o responsável pela política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse aos membros do bloco que reservas russas deveriam ser aproveitadas e gastas em armamentos para a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, respondeu que o confisco de ativos russos no exterior proposto por Borrell constituiria um roubo, pura e simplesmente.

“Bem, você pode até chamar isso de roubo, que eles nem estão tentando esconder”, disse Lavrov, falando a repórteres em entrevista coletiva durante sua visita à Argélia.

Suíça libera fundos russos no valor de US$ 3,4 bilhões

Bancos suíços anunciaram o descongelamento de fundos pertencentes a empresas russas, líderes empresariais e até mesmo ao Banco Central de Moscou. Eram reservas que haviam sido congelados sob o pretexto de sancionar a operação militar especial russa na Ucrânia.

O país liberou quase US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 17,1 bilhões) em ativos russos no mês passado, indica um relatório recente da Secretaria de Estado da Suíça para Assuntos Econômicos (SECO, na sigla em inglês).

Depois de apreender contas russas adicionais no valor de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões), as contas mostram uma redução líquida de US$ 1,17 bilhão (aproximadamente R$ 5,9 bilhões) no total de ativos congelados em comparação com 7 de abril, demonstrando que cerca de US$ 3,4 bilhões foram liberados no mesmo período. Os bancos suíços estão ainda mantendo bloqueados US$ 6,33 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) em ativos russos.

Referindo-se a esses ativos desbloqueados, o alto funcionário da SECO, Erwin Bollinger, deu uma razão genérica de que “algumas das contas congeladas foram liberadas devido à falta de evidências demonstrando que pertenciam a uma entidade sancionada”.

A Suíça enfrentou pressão de outros países ocidentais que aplicaram sanções à Rússia para não fazer a liberação.