De 1989 a 2019, a USP (Universidade de São Paulo) praticamente dobrou a quantidade de vagas e cursos de graduação disponíveis, além de alunos matriculados. Há 30 anos, eram 31,8 mil estudantes. No ano passado, o número de graduandos chegou a 59 mil. O crescimento foi acompanhado por mais vagas (de 6,7 mil para 11,1 mil) e mais opções de cursos (de 126 para 340). É o que mostra o Anuário Estatístico da USP 2020, publicado pelo Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida).

Em um universo de cerca de 210 mil pessoas que compõem a comunidade USP, os estudantes de graduação representam quase a metade. Há ainda alunos de pós-graduação, professores, pesquisadores, funcionários, estudantes de ensino fundamental, médio e técnico. Apesar de ser uma universidade, a USP mantém um colégio técnico em Lorena (que oferece ensino médio e curso técnico); uma escola de arte dramática, em São Paulo (com curso técnico para formação de atores); e uma escola de aplicação com ensino fundamental e médio, em São Paulo. Por isso a presença de alunos de outros níveis de ensino.

O perfil dos alunos também está mudando. Em 2016, a USP aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação, no qual instituições públicas oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes com melhor classificação são selecionados, de acordo com suas notas no exame. Parte dessas vagas é reservada a estudantes de escolas públicas e alunos do ensino público autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPIs).

Desde então, a USP passou a contar com duas formas de ingresso: Sisu e vestibular, que é organizado pela Fuvest. Em 2017, as cotas sociais e raciais passaram a fazer parte da política institucional da USP e com metas: ter metade dos seus alunos ingressantes vindos de escolas públicas e 37% de PPIs até 2021. A meta já foi quase batida um ano antes: no ingresso de 2020, 47,8% vieram de escola pública e 44,1% eram PPIs.

Mais alunos de escolas públicas vêm sendo acompanhados de mais investimento em permanência estudantil. Hoje, a universidade oferece auxílio-alimentação, auxílio-moradia, vagas em moradias em espaços da USP, auxílio-transporte, auxílio-livros e bolsas de estudo baseados em critérios socioeconômicos. Considerando todos os estudantes, a universidade ainda fornece subsídio alimentação, monitorias e estágios, atendimento de saúde e educação física e esporte.

Os dados do ano passado revelam que a presença de homens ainda domina o ambiente universitário, principalmente em unidades nas quais são oferecidos cursos ligados à engenharia, ciências matemáticas e física. Na Escola Politécnica, em São Paulo, são 983 alunas, enquanto os matriculados homens chegam a 4.263. Na Engenharia de São Carlos, são 548 mulheres e 2.158 homens.

A proporção alta do público feminino está mais presente em cursos ligados à área de saúde, como o da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto: são 495 mulheres e 81 homens. A situação é parecida na Faculdade de Educação, em São Paulo, 761 mulheres e 185 homens.

A USP mantém hoje campi nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Pirassununga, Bauru, Lorena e Santos. É nesses espaços que ocorrem as aulas de graduação e as atividades da USP. Ao participar do Sisu ou do vestibular, o estudante deve escolher um curso e verificar a cidade onde ele será oferecido.

Algumas graduações possuem opções em diferentes campi, mas é importante lembrar que o enfoque do curso não é igual. Um exemplo é o curso de Matemática Aplicada. Tem a opção em São Paulo em matemática aplicada apenas ou foco em computacional; em Ribeirão Preto, voltada a negócios; e em São Carlos, direcionada à computação científica.

A maior parte dos 340 cursos de graduação se concentra na cidade de São Paulo e, consequentemente, os 59.057 estudantes. A unidade da USP que mais possui alunos matriculados é a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), com 8.432 graduandos, ante 5.037 da Escola Politécnica.

Anualmente, a USP realiza seu vestibular, que é organizado por uma fundação própria, a Fuvest. Parte das vagas é oferecida via esse sistema de seleção – um dos mais concorridos do País. No vestibular realizado no ano passado para o ingresso em 2020, foram 117.021 inscritos, mais 12.129 treineiros. A maior parte dos inscritos são mulheres (56,07%). Entre os cursos mais concorridos do processo de seleção, a liderança é da Medicina, em São Paulo, com uma média de 129 candidatos por vaga.

Com informações do Jornal da USP