Nota: A paralisação dos caminhoneiros e o preço dos combustíveis
Em nota, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) anuncia nesta sexta-feira (25) que o agravamento da crise política, econômica e social vivida no Brasil com a paralisação dos caminhoneiros, é consequência direta das medidas perversas implementadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer e apoiadas pelo consórcio golpista.
A nota assinada pela presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, e a pré-candidata da legenda à Presidência da República, Manuela d’Ávila, conclama a militância comunista a um estado de alerta e mobilização.
“Nesse momento é imperativo a construção de diálogos entre as Centrais Sindicais, os sindicatos dos caminhoneiros e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo no sentido de buscar soluções no terreno da mobilização popular e da democracia política”, diz o documento.
Leia na íntegra:
Nota do PCdoB sobre a paralisação dos caminhoneiros e o preço dos combustíveis
O agravamento da crise política, econômica e social vivida no Brasil é consequência direta das medidas perversas implementadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) e apoiadas pelo consórcio golpista. Os dois anos de governo do atual mandatário colocaram o país à deriva e a beira de um colapso de graves consequências.
A alta no preço dos combustíveis é o mais novo capítulo do fracasso das medidas ultraliberais. A “equipe econômica dos sonhos” do mercado, tem levado o brasileiro a viver um prolongado pesadelo. Desde a implementação da malfadada “nova política de preços da Petrobras”, em vigência desde outubro de 2016, o preço do diesel foi reajustado 121 vezes. O aumento do preço atinge também a gasolina e o gás de cozinha. O botijão de gás de 13kg era comercializado em média a R$ 50,00 em maio de 2016, hoje passa dos R$70,00 e em algumas cidades ultrapassa o valor de 100 reais. As consequências são trágicas e quem paga o preço é o povo, especialmente os mais pobres. No intervalo de dois anos, segundo dados do IBGE, mais de 1,2 milhão de famílias passaram a usar lenha para cozinhar.
A atual política de preços implementada pela direção da Petrobras deixa o país à mercê dos interesses dos grandes acionistas privados, que buscam a elevação a qualquer custo do valor de mercado da estatal para atender aos seus próprios interesses, em detrimento do abastecimento de combustíveis a preços razoáveis, função principal da Petrobras.
Além de abrir mão do controle do preço dos combustíveis o governo Temer e gestão de Pedro Parente fragilizam a Petrobras a aumentam a dependência do Brasil para a importação de derivados do petróleo, ao reduzir a produção das refinarias nacionais. O Brasil tem grande capacidade de produção de petróleo, mas a política criminosa de Temer e Parente provocou o aumento da exportação do óleo cru e a elevação da importação de seus derivados.
A greve dos caminhoneiros contra os preços exorbitantes dos combustíveis expressa uma reivindicação justa e encontra apoio popular. A lógica fiscalista do atual governo deve ser derrotada, em benefício de uma solução política e imediata para as reivindicações.
O PCdoB conclama sua militância a um estado de alerta e mobilização. Nesse momento é imperativo a construção de diálogos entre as Centrais Sindicais, os sindicatos dos caminhoneiros e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo no sentido de buscar soluções no terreno da mobilização popular e da democracia política.
Sem apresentar medidas efetivas para atender às reivindicações e resolver a crise, o governo recorre mais uma vez ao uso da força, no caso, a das forças armadas, que acabam tendo o seu papel distorcido e vulgarizado. Isso pode agravar o problema ao invés de soluciona-lo.
Defendemos a revogação da atual política de preços da Petrobras, a demissão imediata de Pedro Parente da presidência da estatal e o fim da entrega do pré-sal às multinacionais. Defendemos ainda a retomada nos investimentos no setor de óleo e gás e especialmente a ampliação da capacidade de refino dos derivados do petróleo.
Ao mesmo tempo, refirmamos que a saída para atual crise no Brasil passa pelo fortalecimento da democracia com a garantia da realização de eleições livres e democráticas, onde o povo possa escolher livremente entre os candidatos e programas apresentados.
25 de maio de 2018,
Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB.
Manuela d’Ávila, pré-candidata a presidência da República pelo PCdoB.