Nos EUA 99,5% das mortes por Covid são de pessoas não vacinadas
Os Estados Unidos passam por uma situação “crítica” da pandemia do coronavírus, registrando uma alta diária de 40 mil infecções na sexta-feira (23), segundo dados da Universidade Johns Hopkins. As autoridades de saúde do país insistiram em que, embora possa haver infecções entre alguns vacinados, casos graves e mortes afetam apenas os não vacinados.
O coordenador de resposta ao coronavírus da Casa Branca, Jeffrey Zients, explicou que “esta semana, apenas três estados – Flórida, Texas e Missouri, três dos estados com as taxas de vacinação mais baixas – foram responsáveis por 40% de todos os casos em todo o país”. “Pela segunda semana consecutiva, um em cada cinco casos ocorre apenas na Flórida. E dentro das comunidades, esses casos ocorrem principalmente entre pessoas não vacinadas”, constatou.
De acordo com os dados fornecidos por Zients, 99,5% das mortes e 97% das hospitalizações ocorreram entre pessoas não vacinadas.
Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) assinalaram que, nacionalmente, 48,8% das pessoas estão totalmente vacinadas, mas alguns estados, como Alabama com 33,9% e Arkansas com 35,5% estão particularmente precisando obter uma taxa de vacinação alta o suficiente para retardar ou interromper o propagação do vírus.
Até agora, os Estados Unidos têm 34.400.655 de casos confirmados e 610.720 mortes, o maior número entre todos os países.
O recente aumento de casos e hospitalizações levou os Estados americanos do Texas, Flórida e Arizona a interromper os planos de reabertura da economia que, antes de estar em um quadro mais controlado de contágios e mortes, tinham tomado decisões precipitadas.
O Texas, que figura na vanguarda das medidas para acabar com o isolamento social, assiste agora ao surgimento de milhares de novos casos, o que levou o governador republicano Greg Abbott, na sexta-feira (23), a ordenar o fechamento de bares e anunciar outras “medidas direcionadas” para reduzir o contágio.
“Está claro que o aumento de casos é motivado em grande parte por certos tipos de atividades, incluindo texanos reunidos em bares”, reconheceu Abbott, em comunicado, mas sem se referir à vacinação.
Na sexta-feira, a Flórida quebrou seu próprio recorde diário de novas infecções, relatando 8.942 novos casos. O recorde anterior foi de 5.508, na quarta-feira. O Estado agora tem um total de 2.523.510 casos registrados e 38.670 mortes.
Já o Arizona emergiu como outro epicentro da crise no país. Pesquisadores afirmam que o Estado “perdeu o controle da epidemia”, segundo o jornal The Washington Post.
O governador republicano Doug Ducey, que estava dando às empresas uma “luz verde” para a reabertura, agora teve que dizer que os cidadãos do Arizona estão “mais seguros em casa”.
A luz está “amarela”, disse Ducey na sexta-feira. “Estou pedindo aos cidadãos que procedam com cautela, que sejam mais lentos e olhem para os dois lados”.
Outros Estados, incluindo Alabama, Califórnia, Idaho, Mississippi, Missouri, Nevada, Oklahoma, Carolina do Sul e Wyoming, também registraram recordes diários no número de casos confirmados nesta semana.
O médico norte-americano Jerome Adams disse em uma coluna de opinião publicada no The Washington Post que o CDC “precisa revisar urgentemente sua orientação sobre o uso de máscara para combater o rápido crescimento de infecções de Covid-19 causadas pela variante delta.”
As vacinas são a ferramenta mais poderosa para combater o vírus, disse ele, mas as taxas permanecem muito baixas e “com muitas comunidades, especialmente as de cor, em risco de outra onda devastadora de casos, hospitalizações e mortes, as máscaras são a segunda melhor ferramenta oficial em lugares onde os níveis de vacinação permanecem baixos, apesar dos casos de Covid aumentarem rapidamente”.
A União Europeia está considerando a possibilidade de proibir a entrada de cidadãos americanos no bloco.