Dino assina acordo de cooperação técnico-científica

O governador Flávio Dino (PCdoB-MA), assinou nesta terça-feira (19) acordo entre o governo do estado e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que vai permitir a formação de mais 500 professores da educação básica em estudos africanos. O acordo de cooperação técnico-científica, que trata do projeto de formação de professores e gestores, faz parte da Política de Promoção da Igualdade Racial no Maranhão.

“A colonização portuguesa nos une por meio do idioma e também pela luta anticolonial e anti-imperialista que nos une. Essa união e essa fraternidade que nós gostaríamos de celebrar, união de quem sonha e tem esperança em um mundo mais justo, um mundo que seja capaz de prover serviços públicos e direitos para todos e todas, e com isso promover igualdade de chances e oportunidades e de igualdade de fruição, não só de bens materiais, mas sobretudo, igualdade para celebrar a vida”, afirmou Flávio Dino.

Pelas redes sociais, o comunista destacou que “boa educação vence violências”:

Pioneirismo e parceria

Criado em 2015, o curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA é pioneiro em território brasileiro, como explica o reitor da UFMA, Natalino Salgado.

“Este é um curso pioneiro no Brasil. Hoje ensinar e formar profissionais nesta área se tornou obrigatório, um estudo básico. Nós temos tido um crescimento desse curso pela sua importância, e esse crescimento tem sido dado muito com a parceria com o Governo do Estado, que tem proporcionado intercâmbio com países da Língua Portuguesa”, ressaltou Natalino.

Para o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano, a assinatura do termo de cooperação é um ato histórico.

“Nós viemos para testemunhar esse grande ato histórico. Pela primeira vez um curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afrobrasileiros passa um grau de licenciatura em uma universidade no Maranhão. Quero reafirmar aqui, como moçambicano e africano, que isso é motivo de grande orgulho. É por isso que desde a primeira hora dissemos que estamos dispostos a cooperar com esse projeto, que é um projeto de futuro”, salientou Castiano.
Consciência Negra

Assinado na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, o termo prevê intercâmbio de 45 alunos da graduação em Estudos Africanos para trabalho de campo em Maputo, capital de Moçambique, país lusófono localizado no sul da África.

A viagem está prevista para setembro de 2020. No regresso ao Maranhão, os intercambistas ficam responsáveis pela formação em estudos africanos para os 500 educadores e gestores da rede estadual de ensino.


(Encontro reuniu reitores de universidades do Brasil e de Moçambique. Foto: Gilson Teixeira)

Esta já é a segunda parceria do gênero firmada entre o Governo do Maranhão e a UFMA. No primeiro convênio, estudantes de graduação em Estudos Africanos fizeram intercâmbio em Cabo Verde. O curso de formação continuada resultante do primeiro convênio termina no próximo dia 22. Estão participando também 500 docentes e gestores da educação básica.
O secretário Felipe Camarão acredita que a parceria é mais um acerto do Governo do Estado na área da educação. Ele detalhou as etapas da parceria técnico-científico.

“Pelo segundo ano consecutivo nós firmamos esse pacto com a UFMA para enviar estudantes da licenciatura, que é a primeira do Brasil em estudos africanos. Nossos estudantes irão para Moçambique desta vez, e na volta irão fazer essa formação com os nossos professores da rede estadual, uma formação interdisciplinar para professores de História, de Geografia, Biologia, Língua Portuguesa, Produção Textual, dentre outras áreas”, destacou.