No centenário da revolução comunistas reafirmam a luta pelo socialismo
O centenário da Grande Revolução Socialista de Outubro foi comemorado pelo Movimento Comunista Internacional com uma concorrida reunião de 103 partidos comunistas e operários de todo o mundo, convocados a São Petersburgo, antiga Leningrado, pelo Partido Comunista da Federação Russa.
Realizada em 2 e 3 de novembro, no Palácio Tauride (Tavrichesky, em russo) onde o genial líder da Revolução, Vladimir Lênin, apresentou as célebres Teses de Abril, a reunião foi aberta pelo presidente do PCFR, Guennadin Ziuganov, com um vibrante pronunciamento exaltando as grandes façanhas dos povos da União Soviética sob a direção do Partido Bolchevique. “A Revolução de Outubro abriu uma nova era na história, despertou continentes e povos na luta pela nova vida com a proclamação do primeiro Estado de operários e camponeses”, ressaltou. Ziuganov lembrou que a Revolução “trouxe a paz aos povos, o pão para os famintos e a terra para os camponeses”.
O líder do PCFR destacou que a Revolução “não foi apenas um passo para a realização de transformações políticas e sociais para a Rússia, mas também para todo o mundo. A humanidade avançou com a Revolução de 1917”, enfatizou, enaltecendo os valores infundidos no povo pela Revolução – trabalho, solidariedade, fraternidade, coletivismo, liberdade.
Ao fazer o balanço da construção do socialismo, Ziuganov sintetizou: “Sob a direção de Lênin e Stálin, o país cresceu, criou-se a potência soviética, e foram alcançadas grandes conquistas econômicas e sociais, culturais e científicas”.
Entre as conquistas da União Soviética, Ziuganov ressaltou o triunfo na Segunda Guerra Mundial, os avanços nas lutas por liberdade e independência no mundo.
Para Ziuganov, o fim da União Soviética resultou em imenso retrocesso econômico, político e social para os povos do grande país euro-asiático e “uma tragédia para todo o mundo”
Ziuganov deteve-se na análise da atual situação mundial, destacando que a globalização capitalista contemporânea é a “expressão do imperialismo”. Para o líder o PCFR a situação mundial é caracterizada pela agressividade do imperialismo contra países e povos.
Valorizou a resistência dos povos à ofensiva do imperialismo, defendeu a criação de uma “frente anti-imperialista” e elogiou os países socialistas, principalmente a China, que “surpreende com seus êxitos colossais e assombra o mundo”, Cuba que é “exemplo de valentia de dedicação à causa do socialismo” e o “Vietnã heroico, que se desenvolve e defende sua independência”.
O líder do PCFR concluiu afirmando que o seu partido continua lutando pela causa do socialismo. “O centenário não é uma festa do passado, mas do presente. Seguimos lutando pelo socialismo e a paz entre os povos, pela causa de Lênin e de Outubro de 1917”.
Em uma declaração aprovada por aclamação, os 103 partidos presentes – entre estes o Partido Comunista do Brasil – afirmam estar convencidos de que “Lênin e o Partido Bolchevique foram e continuam sendo a fonte de inspiração para os comunistas e demais revolucionários em todo o mundo”.
Para os partidos comunistas e operários, a Revolução de Outubro é repleta de significados e inaugurou na história a etapa da luta pela superação revolucionária do capitalismo pelo socialismo.
A Declaração faz um chamado pela coordenação de ações entre os partidos comunistas na construção de uma ampla frente anti-imperialista na luta pela paz, contra as agressões do imperialismo, as armas nucleares, as bases militares, a Otan e o militarismo.
O documento reforça a luta contra o bloqueio a Cuba, contra a ocupação da Palestina pelos sionistas israelenses e expressa solidariedade com todos os povos do Oriente Médio, África, América Latina, Ásia e Europa, mencionando especificamente a luta contra a ingerência do imperialismo na Síria, Venezuela e Ucrânia.
As delegações dos partidos comunistas e operários também cumpriram em São Petersburgo uma ampla agenda de atividades culturais e visitas a lugares históricos da Revolução, entre estes o cruzador Aurora, ancorado no Rio Neva, o Palácio de Inverno, tomado pelos insurretos em 7 de novembro de 1917 e o Smolny, onde Lênin anunciou ao 2º Congresso dos Sovietes a tomada do poder pelos revolucionários. Imediatamente, o congresso aprovou os decretos sobre a paz e a terra.
Até o dia 7 de novembro, data do centenário da Revolução, será cumprida em Moscou ampla agenda de atividades, incluindo um ato político de massas.
Fonte: Resistência