Nivaldo: militância sindical pode fazer a diferença para mudar o país
A análise do trabalho sindical do PCdoB em 2021 e as projeções para o próximo ano — tendo em vista os desafios colocados pela necessidade de derrotar a extrema-direita bolsonarista, fortalecer o partido e celebrar o seu centenário — foram alguns dos temas abordados em entrevista do Portal do PCdoB com o secretário nacional Nivaldo Santana. Para ele, a “atuação decidida dos quadros e militantes sindicais no processo eleitoral pode fazer a diferença para mudar o rumo do nosso país”.
Ao abordar o ano de 2021, Nivaldo destacou que a frente sindical do partido “priorizou a defesa da vida para enfrentar a pandemia e combater o negacionismo do governo por meio da luta pela vacina para todos, pelo auxílio emergencial e outras medidas sanitárias e sociais para mitigar os efeitos da crise”.
Paralelamente, apontou, a luta também se deu na “defesa do emprego formal e contra a precarização do trabalho e na resistência aos ataques contra os direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais”, além da luta democrática mais geral “materializada nas grandes mobilizações pelo Fora Bolsonaro e nas articulações do Fórum das Centrais no Congresso Nacional e outros espaços para impedir o desmonte dos direitos”.
Outro ponto destacado por Nivaldo foi o 5º Congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que incorporou a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), “passo importante para unir o movimento sindical e fortalecer a construção de uma frente social e política para derrotar o governo Bolsonaro”, avaliou.
Para 2022, Nivaldo explicou que as perspectivas “são de continuidade e ampliação da luta para derrotar Bolsonaro e conquistar um governo de reconstrução nacional que coloque no topo da agenda a luta por desenvolvimento com democracia, soberania, geração de emprego e valorização do trabalho”.
No centenário do PCdoB, entre outras atividades, disse Nivaldo, será lançado livro sobre os 100 anos de atuação dos comunistas na frente sindical. “E em abril, o Fórum das Centrais fará uma grande Conferência Nacional de Trabalhadores para aprovar uma agenda que servirá de base para a intervenção da classe nas eleições de outubro”, agregou.
Eleições 2022
Além dessas questões, destacou Nivaldo Santana, “temos enfatizado a necessidade de as lideranças do sindicalismo classista terem maior protagonismo na luta política, lançando candidaturas fortes e representativas para melhorar a qualidade da representação social de classe nos parlamentos e contribuir para a vitoria de forças progressistas para a presidência da República e governos estaduais. Tudo isso associado à continuidade da luta para impedir a aprovação de medidas regressivas contra os trabalhadores tanto do setor privado quanto do público”.
O dirigente salientou ainda que “a grande prioridade política de 2022 é construir uma ampla aliança para isolar e derrotar o governo Bolsonaro nas eleições. A construção de federações partidárias, importante avanço democrático na legislação eleitoral do país, pode ser uma base importante não só para derrotar a extrema-direita, mas também para garantir que o novo governo consiga abrir novas perspectivas para o país e os trabalhadores, fortalecendo o SUS, combatendo a carestia, investindo forte na educação e em outras áreas sociais e principalmente colocando o país no rumo do desenvolvimento, com reindustrialização, geração de empregos de qualidade, defendendo nossas estatais e recuperando os direitos surrupiados nos últimos anos”.
Por fim, Nivaldo enfatizou a importância da participação ativa e decidida da militância sindical ao longo do próximo ano e em especial no processo eleitoral. “Esta será a mãe de todas as batalhas e não haverá nada mais importante do que conquistar presidente, governos e parlamentares comprometidos com a pauta dos trabalhadores. A partir da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em abril, e com a agenda aprovada, a atuação decidida dos quadros e militantes sindicais no processo eleitoral pode fazer a diferença para mudar o rumo do nosso país”.
Por Priscila Lobregatte