Cartaz em Berlim insiste no uso de máscara e distanciamento

A Alemanha registrou na quinta-feira (4) um recorde diário de novos casos de Covid-19 desde o começo da pandemia, superando a marca estabelecida em dezembro de 2020.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou que o país poderá ter que impor um novo lockdown e que o país vive “uma pandemia dos não vacinados”.

Ou seja, a recidiva se deve ao negacionismo que acabou contaminando parcela da população. Apesar da Alemanha contabilizar 66,8% de sua população imunizada, os não vacinados se recusam a tomar os cuidados mínimos. Pesquisas recentes mostram que entre os não vacinados 65% dizem que não aceitam se vacinar de “jeito nenhum”.

O Instituto Robert Koch, responsável pelas respostas às doenças infecciosas no país, alertou que as pessoas não vacinadas correm um alto risco de infecção e mesmo as vacinadas, se não tomarem os cuidados necessários como o uso de máscaras e evitarem aglomerações.

Foram contabilizadas 33.949 novas infecções em 24 horas, quando na quinta-feira anterior haviam sido registrados 28.037 novos casos.

A ex-chanceler Angela Merkel declarou-se “muito preocupada” com esta situação e “muito triste” pelo elevado número de pessoas com mais de 60 anos não vacinadas. Ela também lamentou que houvesse uma “certa indiferença para os riscos da pandemia”.

Os líderes dos Estados da Saxônia e Turíngia afirmaram que deverão impor lockdowns se medidas nacionais não forem tomadas para reverter a atual tendência de alta de infecções e revelaram que vão faltar leitos de UTI em dias.

Mas, a chamada “quarta onda” da pandemia não se limita à Alemanha. “Estamos, novamente, no epicentro”, lamentou o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em uma entrevista coletiva online.

“A taxa de transmissão atual nos 53 países que compõem a região europeia é muito preocupante (…). Se mantivermos essa trajetória, poderemos ter mais meio milhão de mortes por Covid-19 na região até fevereiro”, afirmou.

Para a OMS, o aumento de casos é explicado pela combinação da vacinação insuficiente em vários países – mesmo não faltando imunizantes – com o relaxamento das medidas anti Covid, precocemente liberalizadas.

As duas nações da União Europeia (UE) com índices mais baixos de vacinação, a Romênia (37,2%) e a Bulgária (25,5%), registraram os números diários de mortes mais altos desde o início da pandemia.

Letônia, Lituânia e Estônia, que também estão entre os países com registros mais altos de novos casos diários, já enfrentam sobrecargas nos sistemas de saúde.

Cada vez mais, esses países tiveram que restabelecer medidas de restrição, como a imposição de um toque de recolher na Letônia e a proibição do acesso de pessoas não vacinadas a eventos públicos na Estônia.

Diversas regiões da Rússia que também apresentam baixos índices de vacinação ampliam as restrições para conter o aumento das infecções, que já levou o governo a reimpor um lockdown parcial no país.

Na Europa Ocidental, a Bélgica anunciou a volta de algumas medidas a partir da próxima segunda-feira, como o retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes internos, medida que havia sido levantada, e incentivos ao trabalho remoto.

A Holanda, que também registrou um aumento exponencial de casos da doença, reforçará a partir deste sábado as medidas para conter as transmissões do coronavírus, inclusive ao permitir o acesso a locais públicos somente para as pessoas que possuem certificados de vacinação.