Jair Bolsonaro (sem partido)

Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (27), durante almoço com alguns cantores sertanejos, que a pandemia de Covid-19 pode ter sido “fabricada”. Essa é a enésima vez que ele afirma que a pandemia não existe e que foi uma invenção de seus opositores. A pandemia não foi fabricada, ela, infelizmente, é uma tragédia que de tempos em tempos atinge a Humanidade. A última delas ocorreu em 1918. Já o desastroso enfrentamento da pandemia do coronavírus no Brasil em 2020, este, sim, foi fabricado por Bolsonaro.

“Quis o destino que uma pandemia, que pode ser fabricada, nos atingiu no início do ano passado. Nós continuaremos nessa cadeira [a Presidência] até o final de 2022, tenho certeza disso”, alegou o atual ocupante do Planalto, flagrantemente inseguro na posição que ocupa.

A frase do sociopata mostra bem qual é o pensamento que não o abandona um minuto sequer. Insiste em se manter a todo custo aferrado ao poder. É só nisso que ele pensa. Sobre as mortes, ele responde: “e daí?” “O que você quer que eu faça?” “Eu não sou coveiro”.

Não foi o “destino” que provocou tanta morte. Foi o desprezo pelo povo. Foi sua sinistra campanha pró-vírus. Foram as aglomerações que ele promoveu. Foi sua ridícula e funesta comemoração quando uma pessoa que testava a vacina do Butantan morreu.

“Mais uma vez Bolsonaro ganha”, disse ele na ocasião, tendo que apagar rapidamente a postagem quando veio a público que tratava-se de um suicídio, sem nenhuma ligação com o uso da vacina do Butantan.

O desastre, que já matou quase 220 mil brasileiros e segue tirando a vida de cerca de mil pessoas por dia, foi fabricado, sim, por Jair Bolsonaro e sua corte de “seguidores de ordens”.

O negacionismo, que taxou a pandemia de “gripezinha”, as campanhas contra o uso de máscaras e o movimento anti-vacinas de Bolsonaro, bem como o seu charlatanismo das drogas milagrosas, fabricaram a tragédia.

As mortes por asfixia de moradores de Manaus, e agora, também, em Rondônia e Pará, não são “coisas do destino”. Não são notícias “fabricadas” pela oposição que quer se ver livre o mais rapidamente de Bolsonaro.

É a pura realidade. É coisa de assassinos, de eugenistas e nazistas que alegaram ter sido “pegos de surpresa” com a falta de cilindros de oxigênio.

Eduardo Pazuello afirmou que “do nada” começou a faltar oxigênio em Manaus. Ao menos dez dias antes, ele já sabia do colapso. Não tomou as providências que a situação exigia. Não por acaso que cresce em todo o país o movimento para o país se livrar o mais rapidamente possível de Pazuello e Bolsonaro.

Sem ter o que explicar sobre a tragédia ocorrida no norte do país, Bolsonaro mandou o seu estafeta se enfurnar na floresta. “Sem passagem de volta”.

O presidente informou, também, que o governo enviou seis carretas com cilindros de oxigênio pela rodovia federal para Manaus. A mesma rodovia federal que está intransitável. Ou seja, ele enfiou o Pazuello em Manaus, de onde não se resolve nada, e mandou o oxigênio pelo lamaçal. É ou não é mais uma atitude genocida?