Negacionismo de Trump deixa mancha eterna: 400 mil mortos de Covid
Os Estados Unidos ultrapassaram a terrível marca de 400 mil mortes pelo coronavírus no último dia de governo de Donald Trump, cujo negacionismo e desmazelo jogaram um papel determinante para que o desastre chegasse a esse ponto, e para sua derrota nas eleições de novembro. O sino da Catedral Nacional da capital, Washington, soou 400 vezes em uma homenagem às vítimas da pandemia.
Os EUA são recordistas mundiais em mortos e em total de casos, aproximadamente 1 em cada cinco. O total de norte-americanos mortos pela pandemia chegara a 300 mil no meio de dezembro. O número diário de mortos por Covid já é maior do que os que tombaram no ataque de 11 de Setembro. O total de mortos já supera o da I Guerra Mundial, Guerra da Coreia e Guerra do Vietnã somados.
“Precisamos seguir a ciência e a 400.000ª morte é uma vergonha”, afirmou Cliff Daniels, diretor do Hospital Metodista do Sul da Califórnia, perto de Los Angeles. Com o necrotério cheio, o hospital precisou estacionou um caminhão frigorífico na porta para guardar os corpos das vítimas da Covid-19 até que as funerárias possam atender.
“É tão incrivelmente, inimaginavelmente triste que tantas pessoas tenham morrido, que poderiam ter sido evitadas”, acrescentou o médico.
No final de março, quando a crise sanitária já era um escândalo, Trump dizia acintosamente que se o país tivesse entre “100 mil e 200 mil mortos”, teremos feito um “grande trabalho”.
CLOROQUINA
Além de mentir sobre a gravidade da pandemia, que dizia ser como uma ‘gripe’, Trump também fez a apologia do uso da hidroxicloroquina, ignorando o veredicto da ciência, e até sugeriu injetar água sanitária nos pulmões dos doentes em uma coletiva, ao vivo.
Foi o mentor da guerra ao uso de máscaras faciais, convocou as milícias a “libertarem Michigan”, contra as medidas de distanciamento social, e convenceu milhares de incautos de que a Covid não era um problema sério e mortal.
Travou uma guerra aberta contra o principal conselheiro científico sobre a pandemia de seu próprio governo, o Dr. Fauci, que só não demitiu, por causa do preço político de tomar tal medida. Como forma de campanha eleitoral, escolheu aglomerar partidários, propagando a pandemia ainda mais, o que se tornou ainda mais histérico, após pegar Covid e ser hospitalizado.
“Estamos pagando um preço pesado”, disse o Dr. Irwin Redlener, diretor do Centro Nacional de Preparação para Desastres da Universidade de Columbia e um dos muitos especialistas em saúde pública que responsabilizaram o governo Trump por milhares de mortes evitáveis. Ele denunciou, ainda a “incompetência e desonestidade” do governo Trump, levando a “um sinistro caminho de fatalidades”.