o Lapis conseguiu identificar uma nova imagem do satélite Sentinel-1A, do dia 19 de julho deste ano, que revela uma mancha de óleo com cerca de 25 quilômetros de extensão por 400 metros a 26 quilômetros do litoral da Paraíba.

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) afirmaram no domingo (17), que identificaram um navio que seria responsável pelo vazamento de óleo no litoral brasileiro.
Segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites ( Lapis ) da Ufal, o crime ambiental foi cometido por um petroleiro que navegou entre a África do Sul e a costa norte da América do Sul com o aparelho que indica sua localização desligado, violando o direito marítimo internacional.
Sem ter seu nome revelado, uma fotografia divulgada pelo pesquisador Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, mostra que o navio é alemão e presta serviços a uma empresa da Arábia Saudita.
“Tínhamos a sensação de que o navio responsável pelo vazamento era um fantasma, porque estava com o transponder (o equipamento de localização) desligado, mas que ele seria novamente acionado”, afirmou Humberto Barbosa.
De acordo com Diogo Schelp, do UOL, trata-se do Voyager I, navio-tanque de bandeira das Ilhas Marshall que está registrado em nome da Gulf Marine Management Deutschland, ou GMM(D), empresa com sede em Hamburgo, na Alemanha. No entanto, segundo uma descrição de 2011, a GMM(D) opera navios a serviço da Saudi Pacific Star, empresa com sede em Riade, na Arábia Saudita.
Na última sexta-feira, 15, o Lapis conseguiu identificar uma nova imagem do satélite Sentinel-1A, do dia 19 de julho deste ano, que revela uma mancha de óleo com cerca de 25 quilômetros de extensão por 400 metros a 26 quilômetros do litoral da Paraíba. O Lapis já havia identificado, a partir de imagens de três satélites (Sentinel 1-A, Aqua-Modis e NOAA-20) feitas em 24 de julho, uma grande mancha de óleo a 40 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte.
Barbosa, afirmou que os dados coletados serão encaminhados ao Senado Federal no próximo dia 21, quando haverá uma audiência pública da comissão externa que acompanha as investigações.
O Sentinel 1-A é o mesmo satélite que capturou uma mancha de óleo a 40 quilômetros de São Miguel do Gostoso (RN), visível na região no dia 24 de julho. Com a imagem, foi possível concluir que os cinco navios gregos investigados pela Marinha e pela PF, entre eles o Bouboulina, não seriam responsáveis pelo vazamento. A avaliação do Lapis foi corroborada pela organização americana Skytruth, especialista em análises do mar.
“Já havíamos definido um padrão, um protocolo, em função da imagem do dia 24 de julho”, explicou Humberto Barbosa. “Foi assim que encontramos uma nova mancha no litoral da Paraíba, no dia 19 de julho, que nos levou a definir uma primeira embarcação suspeita.” O Voyager I costuma ser usado para transportar petróleo da Venezuela para a Ásia. Já que as exportações de petróleo cru venezuelano estão sob sanção dos Estados Unidos desde o início do ano, poucas empresas se arriscam a fazer o transporte e alguns navios desligam o sistema da rastreamento para ocultar o destino do produto.