Foto divulgada pela CNSA mostra a imagem capturada pela nave Tianwen-1 a 2,2 milhões de km de Marte.

ANave, que está perto de alcançar Marte depois de 197 dias em órbita e 465 milhões de quilômetros percorridos, tirou a primeira foto do planeta vermelho, como anunciou a Administração Espacial da China.

Todos os sistemas a bordo estão funcionando como planejado e a sonda chinesa deverá entrar em órbita baixa em torno de Marte em maio. Agora, a cerca de 1 milhão de quilômetros de Marte, a Tianwei-1 realizou sua quarta correção orbital para poder tirar a contento a foto na sexta-feira (5). E, cinco dias depois, conforme a programação da missão, a nave Tianwei-1 entrou em órbita de Marte na quarta-feira (10).

A nave chinesa é composta por um orbitador, uma nave de pouso e um jipe rover, que irá explorar a região conhecida como Utopia Planitia, de mais de 3.000 quilômetros de diâmetro, onde se acredita que possa haver depósitos de água congelada.

A missão a Marte foi lançada em 23 de julho do ano passado por meio de um foguete Longa Marcha-5, que tem um comprimento equivalente a um prédio de 20 andares e que pode transportar uma carga útil de 14 toneladas. Ao todo, incluindo combustível, a Tianwei-1 pesa cinco toneladas.

A sonda espacial completou sua primeira correção orbital em 2 de agosto, a segunda em 20 de setembro, e a terceira em 28 de outubro. No aniversário nacional da China, a Tianwei-1 tirou um “selfie” no espaço, mostrando a bandeira chinesa.

A missão a Marte evidencia o avanço do programa espacial chinês que tem acumulado façanhas nos últimos anos, como a de ser o primeiro país a pousar uma nave no lado oculto da Lua (em 2019) e a primeira coleta de pedras no satélite da Terra, depois de 44 anos, igualando o feito da União Soviética e dos EUA.

Os planos chineses incluem a colocação ainda este ano de uma estação espacial em órbita da Terra, o envio de taikonautas (versão chinesa de astronautas e cosmonautas) à Lua até 2030 e a criação de uma estação de pesquisa permanente no Pólo Sul do nosso satélite no futuro.

Como disse o presidente Xi Jiping, o programa espacial chinês visa “o uso pacífico do espaço”, com vistas à “construção de uma comunidade de destino da Humanidade” e como parte da “revitalização nacional”.

Entre julho e outubro, Marte esteve o mais perto possível da Terra – entre 100 milhões e 62 milhões de quilômetros, e mais duas naves, uma da Nasa e outra, a primeira árabe, a Amal, que também estão rumando para lá, aproveitando a “janela” privilegiada.

Até 28 de fevereiro, internautas chineses e estrangeiros podem participar da votação para ajudar a decidir o nome do rover chinês a Marte. A agência espacial chinesa escolherá entre os três nomes mais populares com base na votação pública e nas opiniões do comitê de avaliação.

Em outubro, um painel de 32 especialistas selecionou 10 semifinalistas depois de avaliar mais de 39 mil inscrições provenientes de 38 países e regiões.

Entre os nomes estão “Unge”, que significa ter uma mente aberta e forte em chinês, “Quedem”, um animal lendário, e “Nela”, uma adorada figura mitológica chinesa. O nome final será anunciado quando o Tianwei-1 pousar em Marte.

ANTENAS DE APOIO À MISSÃO EM MARTE

O Centro para Controle de Satélites de Xi’an anunciou no dia 10 de novembro do ano passado que a China lançou seu primeiro conjunto de antenas gigantes de rádio para apoiar as missões de Marte e da Lua.

O sistema de matriz de antenas para espaço profundo foi finalizado após quase dois anos de construção. De acordo com a equipe do centro, o sistema foi desenvolvido para melhorar o alcance de monitoramento da estação terrestre e a sensibilidade de recebimento de dados para os projetos do país asiático.