Naufrágio no Mar Mediterrâneo deixa 41 imigrantes mortos
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) revelou na quarta-feira (24) que “pelo menos 41 migrantes” morreram no sábado, em um naufrágio no Mediterrâneo Central, depois de 15 horas de travessia desde a Líbia.
O desembarque dos sobreviventes está sendo aguardado no porto siciliano de Empédocle. Conforme relatos dos sobreviventes, as pessoas morreram afogadas e os seus corpos não foram ainda recuperados.
O naufrágio aconteceu quando a embarcação, que tinha saído da Líbia dois dias antes com 120 imigrantes a bordo começou a deixar entrar água. Duas pessoas se afogaram ao tentar alcançar outra embarcação, demasiado distante. Seis pessoas caíram no mar e morreram.
Três horas depois, na “difícil e delicada” operação de resgate de parte do navio ‘Triton’, que chegou em socorro, muitas pessoas acabaram por cair ao mar. Apenas um cadáver foi recuperado.
A partir dos testemunhos desses sobreviventes a Acnur chegou a esses “pelo menos 41” afogados. Entre os desaparecidos estão três crianças e quatro mulheres – uma delas deixou um recém-nascido, já acolhido na ilha italiana de Lampedusa.
O Alto Comissário estima que, este ano, já morreram 160 pessoas nas águas do Mediterrâneo Central. Outros milhares – denunciou – estão à mercê de “agressões indescritíveis” de traficantes de seres humanos na Líbia.
De acordo com dados da Acnur, das mais de 3.800 pessoas que chegaram à Itália por mar desde 01 de janeiro deste ano, a maioria – 2.527 – provinha da Líbia.
País que era o de maior nível de desenvolvimento humano da África, segundo a própria ONU, e foi destruído por bombardeios da Otan e assassinato de seu líder nacional, Muamar Kadhafi, em 2011. O que foi seguido pela repartição e pilhagem do país entre bandos rivais e até criação de mercados de escravos.
Em comunicado conjunto, a Acnur e a Organização Internacional para as Migrações advertiram que a Líbia “não pode ser considerado um porto seguro” e exigiram “um esforço internacional imediato” para oferecer alternativas.
“Salvar a vida de refugiados e migrantes à deriva no Mediterrâneo deve voltar a ser prioridade da União Europeia e da comunidade internacional”, conclui o documento.