Nature é a 3ª revista científica a rejeitar o obscurantismo de Trump
Citando os ataques de Trump “a tantas instituições valiosas”, a revista científica Nature é a mais recente das destacadas publicações científicas a manifestar apoio ao candidato democrata, Joe Biden para a Casa Branca.
Antes da Nature, a Scientific American e a New England já haviam se manifestado no mesmo sentido.
É a primeira vez que tais revistas tomam partido em uma disputa eleitoral norte-americana.
A Nature afirma, em editorial de seu Conselho Diretor, divulgado no dia 10, que “desafios como o combate para vencer a pandemia do Covid-19, o enfrentamento do aquecimento global e a ameaça advinda das armas nucleares são globais e urgentes”.
A indicação de Biden toma por base “o histórico vergonhoso de intervenção governamental em instituições de saúde e de ciências”, que, se mantidas, acabarão por danificar a confiança do público nestas instituições.
Para a revista, o governo Trump pecou em não adotar, desde cedo, medidas como rastreio abrangente dos contatos dos infectados e de não implementar um amplo programa de testes. Também destaca o desdém de Trump pelas orientações do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cujo principal diretor Athony Fauci foi alvo de ataques por parte do chefe da Casa Branca.
Em contraste, diz a revista, Biden se comprometeu em reintegrar os Estados Unidos nos Acordos do Clima de Paris e de investir em energia renovável, assim como em respostas planificadas à Covid-19, com base no aconselhamento do CDC.
“Joe Biden, o oponente de Trump na eleição presidencial do próximo mês, é a melhor esperança da nação para que se comece a reparar o dano à ciência e à verdade, Uma esperança resultante de suas políticas e seu histórico de liderança demonstrada em mandato, tanto como ex-vice-presidente como senador”, declara o editorial.
“Deve-se dar a Joe Biden uma oportunidade de restaurar a confiança na verdade, na evidência, na ciência e nas instituições, na democracia, para curar uma nação dividida e começar a tarefa urgente de reconstruir”, prossegue.
Esta mobilização acontece um mês depois da realizada pela Scientific American que também endossou Biden, no primeiro apoio a um candidato a presidente em seus 175 anos de história.