Em uma Conferência organizada pelo BTG Pactual, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou mais uma vez ser contra o reajuste para os servidores públicos.

Em um discurso de alucinado, ignorando completamente a real situação do Brasil, o ministro afirmou que o país vai muito bem e que o governo Bolsonaro está promovendo “uma revolução silenciosa”, com aprovação de reformas e “projetos que vão atrair investimentos para o país”, referindo-se às privatizações.

Sobre o reajuste reivindicado pelo funcionalismo público, o ministro questionou: “Nós vamos anular esses ganhos numa escalada de reajustes buscando reposições salariais de uma guerra?”.

“Perdas salariais foram sofridas no mundo inteiro. Não só salariais. Perdas de capital. Perdas de aposentadoria. Todo mundo perdeu. Agora vamos com aquela ideia de buscar reposições, mergulhar naquele passado de reindexações? Ou vamos ter coragem de assumir o dinheiro público e dizer: não tem isso agora”, disse o ministro dono de offshore milionária em paraíso fiscal.

Ao mesmo tempo em que se colocou abertamente contrário ao aumento salarial para os funcionários públicos, na mesma semana, Guedes propôs a Bolsonaro conceder um benefício de R$ 400 na remuneração do Vale-Alimentação dos servidores, na tentativa de diminuir a insatisfação da categoria, que amarga cinco anos sem reajuste.

O ministro justifica a medida com o argumento de que assim, Bolsonaro concederia um aumento linear para todos os servidores públicos e, claro, se livraria da esparrela em que se meteu quando prometeu reajuste apenas às categorias da segurança pública, e acabou desencadeando a maior manifestação do funcionalismo dos últimos tempos.

A proposta de Guedes também se dá após o encontro de diretores da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União) com o presidente do STF, Luiz Fux, em que os sindicalistas foram pedir apoio à reivindicação de reajuste da categoria, no que Fux se mostrou favorável.

Além do mais, conforme consultas informais feitas por auxiliares do governo, ministros do STF teriam avisado que não viam com bons olhos a concessão de reajuste apenas aos policiais, e que isso poderia desencadear uma série de ações na Corte cobrando o mesmo tratamento para todos os servidores.