O chefe do Pentágono, Mark Esper, admitiu no domingo (12),  não haver nenhuma prova concreta de que o general iraniano Qassem Suleimani, assassinado no dia 3, planejava atacar quatro embaixadas norte-americanas como afirmara Trump dias depois do atentado terrorista que anunciou ter autorizado.
Em entrevista ao programa CBS News, o secretário de Defesa dos EUA declarou que o “presidente não citou uma evidência específica, e eu não a vi, no que diz respeito às quatro embaixadas”.
Para tentar justificar o ataque ao Irã a partir do Iraque, numa violação da soberania de dois países através de um atentado, Trump recorreu a três narrativas. Inicialmente disse que o comandante planejava ataques indefinidos contra alvos dos EUA, depois disse que queria “explodir” a embaixada em Bagdá, e depois falou sobre os tais planos contra quatro embaixadas.
“Posso revelar que acho que provavelmente seriam quatro embaixadas”, havia dito Trump, na sexta-feira, durante uma entrevista à Fox News, logo após a ação que gerou uma elevação da tensão na região do Oriente Médio como há muito não se via.
A seguir, o secretário de Estado, Mike Pompeo, falando a apoiadores em um comício em Ohio, reforçou a mentira, dizendo que “Suleimani estava olhando muito seriamente para nossas embaixadas”. Declarou ainda que “não há dúvida de que havia uma série de ataques iminentes que tinham sido definidos”.
No dia 7, matéria do jornal New York Times apontou a tentativa de abafar a discussão sobre o impeachment como um dos fatores que teriam levado Trump a cometer o crime. “Trump assinalou a uma pessoa que falou com ele por telefone na semana passada que tinha recebido pressões para assumir uma linha mais dura com relação ao Irã por alguns senadores republicanos dos quais precisa mais do que nunca de apoio em uma batalha contra o impeachment”.