“Não há droga milagrosa contra Covid, só vacina”, diz médico de Israel
“Vacinação, vacinação, vacinação”, insistiu o diretor-geral do Centro Médico Sourasky (conhecido como Hospital Ichilov de Tel Aviv), Dr. Ronni Gamzu, que se reuniu com o grupo enviado por Bolsonaro a Israel, atrás daquilo que denominou de “spray milagroso”.
O spray nasal EXO-CD24 é desenvolvido e testado no hospital dirigido por Gamzu, que deixou muito claro que “com todo o respeito aos medicamentos antivirais, as doenças virais acabam só com vacinas”, deitando por terra a manobra diversionista de Bolsonaro no vale-tudo para sabotar a vacinação em larga escala.
Em entrevista concedida à jornalista Daniela Kresh e publicada no dia 9 pela Folha de São Paulo, Gamzu falou do “entusiasmo” que percebeu nos enviados por Bolsonaro, mas alertou que o desenvolvimento e teste do novo remédio pode levar “meses, senão anos”.
A fase 1 já terminou, mas o artigo científico sobre a pesquisa não foi publicado ainda. Além disso e do dinheiro público gasto nessa viagem, quando todo o recurso deve ser canalizado na busca de mais vacinas, o governo brasileiro ainda assinou um acordo para fazer os testes das fases 2 e 3 do spray no Brasil, abrindo espaço para repasse de verba aos israelenses.
Na entrevista, o Dr. Gamzu adiantou que a intenção é passar mais custos ao Brasil: “Estamos sempre dispostos a colaborar, porque desenvolver novos medicamentos é difícil. Não é simples e também não é barato. Há riscos” e, perguntado se “foram discutidos valores?”, respondeu: “Não chegamos a isso, mas é claro que quando se fala de desenvolvimento de medicamentos, há um custo”.