O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que “nós não admitiremos qualquer retrocesso e tenho certeza que também esse será o papel das Forças Armadas”.

“Temos as Forças Armadas conscientes do seu papel e muito bem comandadas por pessoas que têm esse compromisso com o país e que não se aventurarão em disputas ideológica e política”, frisou o presidente do Senado.

“Nesta semana, estarei no comando da Aeronáutica novamente para conversar com os brigadeiros, a convite do Alto Comando da Aeronáutica. Tenho mantido esse contato constante com essas instituições e vejo nelas uma obrigação de defesa do Brasil”, relatou.

Em entrevista ao jornal O Globo, Pacheco também disse confiar nas polícias militares, em especial as de Minas Gerais e São Paulo, que ele conhece mais.

“Sei que são corporações absolutamente conscientes, muito respeitadas pela sociedade, cumpridoras dos seus deveres e defensoras da democracia”.

O presidente do Senado cancelou sua participação em um evento em Viena, na Áustria, para acompanhar no Brasil o desenrolar da manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro. A convocação, como a feita pelo cantor sertanejo Sérgio Reis, promete um golpe contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Rodrigo Pacheco acredita que “manifestações que tenham como objetivo retroceder a democracia, pretender intervenção militar ou a ruptura institucional ferindo a Constituição devem ser repelidas no campo das ideias”.

Depois das ameaças de Jair Bolsonaro à democracia e ataques contra ministros do STF, o presidente da Corte, Luiz Fux, cancelou uma reunião dos presidentes dos três poderes.

Jair Bolsonaro estava insistindo, sem apresentar uma prova sequer, de que as urnas eletrônicas tinham sido fraudadas em 2014 e 2018, em um conluio que, segundo ele, incluía o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Rodrigo Pacheco avalia que “os ataques ao sistema eleitoral, sem fundamentos, são muito ruins, porque jogam em descrédito um sistema que, até pouco tempo atrás, era dado por nós como um orgulho nacional. Mas não considero que isso seja capaz de deslegitimar o resultado eleitoral. As eleições de 2022 vão acontecer, porque elas são fundamentais para a democracia”.

Pacheco disse que “tem absoluta certeza” que o pensamento de Luiz Fux e Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, “é o mesmo, de apaziguar”. “Há uma comunhão de vontades nesse sentido”.

Quem impede que as conversas sejam restabelecidas é Jair Bolsonaro. “O presidente Bolsonaro tem falado e agido no sentido de afirmar suas próprias convicções”.

“Espero que ele possa contribuir para esse processo de pacificação, porque há inimigos batendo à nossa porta, que não somos nós mesmos, mas a inflação, o aumento do dólar, o desemprego, o aumento da taxa de juros e a crise hídrica e energética, que pode ser avassaladora. É importante que tenhamos um freio naquilo que não interessa para cuidar do que importa ao Brasil”.