Na USP, Lula destaca inclusão de 4,5 milhões de universitários em seus governos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o Brasil voltará a investir na educação e nas universidades públicas, com inclusão para todos os que não têm acesso. Ele discursou durante aula aberta, na noite desta segunda-feira (15), no vão dos prédios de História e Geografia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo.
“Só vou sossegar quando o filho da empregada doméstica puder sentar no mesmo banco da filha da patroa e puder disputar a mesma vaga em igualdade de condições, e para isso nós temos que garantir comida, emprego e salário para as pessoas”, disse ele.
Lula relembrou o boom acadêmico que o país atravessou durante sua gestão, entre os anos de 2003 e 2010. Ele citou o fato do Brasil ter se tornado o décimo terceiro país em publicação de artigos científicos. Também mencionou que de 3,5 milhões de estudantes, antes de seu governo, a universidade absorveu mais de 8 milhões de estudantes. “E se eles não gostam de estudantes, podem se preparar, porque a gente vai ter muito mais”, afirmou em seu discurso, sobre os ataques do bolsonarismo à universidade e aos universitários.
Lula desafiou Jair Bolsonaro a realizar um debate na universidade. “Ele não vai vir, porque ele não gosta de estudante. Porque o ministro da educação dele disse que universidade não precisa ser para todos, mas só para uma parte”, disse, citando declaração de Milton Ribeiro, acusado de corrupção no Ministério da Educação.
“Antes de nós entrarmos no governo, universidade era coisa de rico. Não tinha negro, não tinha gente da periferia. Hoje nós percebemos que mudou a cor da universidade e precisa mudar mais, porque é esse o país real, o país que nós temos que construir, cada vez mais diversidade na universidade e na cultura”, defendeu Lula.
O ex-presidente não admite que os investimentos em educação sejam tratados como “gasto”. Segundo ele, aplicar recursos na ampliação das universidades significa investir no futuro do pais.
Governo da reconstrução
Lula disse que quando saiu do governo, em 2010, imaginava que hoje o Brasil estaria disputando com a Alemanha a quarta posição entre as maiores economias do planeta. Mas, desde 2016, “tudo piorou”.
Nesse sentido, Lula mencionou a redução na qualidade do emprego e queda dos salários. Também ressaltou a perda do poder de compra do salário mínimos, o aumento da informalidade com a volta da fome no país.
Ele destacou, ainda, que depois de anos com aumentos salariais reais para a maior parte dos trabalhadores – em especial para aqueles que ganham o mínimo – o país passa por uma crise econômica que atinge até aqueles que estão empregados. “Os empregos estão ficando desqualificados, a massa salarial está caindo”, afirmou.
“Vamos acabar com a inflação. Não vai ter mais mulher na fila do osso, mas comprando carne para comer. Não vai ter mais família comendo carcaça, vai estar comendo frango. As pessoas não vão estar mais na rua pedindo esmola, com crianças dormindo na rua”, prometeu o líder político.
Lula conclamou os estudantes da USP a participar do primeiro grande comício em São Paulo, no próximo sábado (20), no Vale do Anhangabaú.
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Maior educador
Haddad, candidato ao governo de São Paulo e professor da USP, destacou que Lula foi o presidente que mais abriu vagas em universidades públicas na história do país. Entre 2003 e 2010, o governo federal criou 14 universidades federais e 126 novos campi universitários.
Haddad explicou que Lula também é um educador. “Se por educador nós entendemos não apenas aquele que entra na sala de aula para educar, mas aquele que oferece a oportunidade do encontro entre o educador e o educando, nós estamos na presença de um dos maiores desse país. Um operário que não teve a oportunidade de ter a educação formal, mas, talvez por isso mesmo, tenha sido o presidente que mais abriu vagas em universidades públicas na história do Brasil”, declarou.
Como ministro da Educação, Haddad disse que a coisa mais bonita era ver o “brilho nos olhos” das pessoas, em regiões remotas do país, a cada nova inauguração. “Não simplesmente inaugurávamos um novo campus. A gente reservava 50% das vagas para egressos da escola pública, considerando a questão racial de cada unidade da federação”.
Ainda discursaram no evento a filósofa Marilena Chauí, a urbanista Hermínia Maricato e a geógrafa Adriana Alves, professoras da Universidade. Representantes dos graduandos e pós-graduandos também falaram.
Na ocasião, também foi lançado o manifesto “A democracia no Brasil corre risco”, de autoria do Coletivo USP Pela Democracia – formado por professores, estudantes e servidores da universidade.
Assista à transmissão do evento:
Por Cezar Xavier