Mulheres de SP unem-se em debate sobre o programa de Lula e Alckmin
As mulheres dos partidos que compõem a Frente Vamos Juntos pelo Brasil (PCdoB, PV, PT, PSB, PSol, Rede, Solidariedade) em São Paulo e lideranças dos movimentos sociais do estado dedicaram o último domingo a elaborar propostas para o programa de governo da chapa Lula-Alckmin. No evento Mulheres de São Paulo com Lula, que aconteceu de forma remota, as participantes emocionaram-se com um vídeo produzido em homenagem a Marielle Franco, e contaram com mensagens enviadas por lideranças como a deputada estadual Leci Brandão.
“Vamos debater sobre as nossas lutas e sobre os avanços que queremos. Acredito que um novo tempo está chegando”, disse a parlamentar. Júlia Roland, do PCdoB, chamou a atenção para a alta probabilidade de que os candidatos da frente vençam em nível estadual como municipal. “As mulheres podem mudar o Brasil e São Paulo e com certeza serão protagonistas nessa caminhada”, afirmou, considerando que 2022, quando o partido completa 100 anos, “também será o ano em que vamos derrotar Bolsonaro” e que será um momento inédito da história, com São Paulo e o Brasil governados por forças progressistas.
“As mulheres farão a diferença por um Brasil mais justo e solidário”, afirmou Lúcia Alves. “Como 52% da população votante, que possamos tirar Bolsonaro do governo. Essa união da esquerda, da extrema esquerda e até do centro, para que vença a democracia no nosso país novamente, começa aqui com essas mulheres”, disse Rosana Polatto, do PSB. “Juntas vamos pensar e fazer grandes propostas para a redemocratização do nosso país”, endossou Lúcia França, do PSB.
Para Fernanda Curti, do PT, além de um programa de governo muito bem detalhado e robusto, é preciso ter atenção com a eleição de mais mulheres para o Congresso Nacional e a Assembleia legislativa. “Esse programa de governo precisa ter sustentação do parlamento brasileiro”, enfatizou. “Estou grata por participar de um momento como esse e feliz porque as pesquisas têm demonstrado que o empenho das mulheres nessa campanha tem tido êxito”, comemorou Josefina Gonçalves, da Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB).
Questões de gênero
Mariana Perin, do PV, para a qual não é possível falar de clima, de política ambiental, sem pensar que a política ambiental e o clima são baseados na questão de gênero, recordou a importância do aumento da participação das mulheres nas estruturas dos partidos. Já Niege Pavani, do PSol, lembrou os recentes casos de violência que vieram à tona no país: “Nessa semana fomos bombardeadas por uma série de violências contra mulheres e meninas. Isso tem que ser uma tônica da gente de que a gente discutir direitos sexuais e reprodutivos, o cerco às condutas machistas e misóginas, a violência na política, são questões latentes ainda na sociedade que limitam a liberdade, a vida das mulheres e das meninas”. Covereadora pelo PSol, Paula Nunes, lembrou que as mulheres negras têm que chorar a morte de seus filhos todos os dias em cada quebrada, em cada periferia do nosso país”.