O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou, nesta quinta-feira (16), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por ter constrangido servidores do banco ao pedir que fizessem flexões em cima de um palco durante evento institucional da estatal. O procurador do MPT no Distrito Federal, Paulo Neto, considerou que o ocorrido configura prática de assédio moral.

O procurador destaca que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já reconheceu como “abusiva e reprovável” a conduta do empregador que mandar o trabalhador fazer flexão de braço.

“Recomenda ao senhor Pedro Duarte Guimarães, que na condição de presidente da Caixa Econômica Federal, abstenha-se de submeter os empregados do banco a flexões de braço e outras situações de constrangimento no trabalho ou dele recorrente sob pena de instauração de procedimento investigatório e adoção de medidas administrativa e judiciais cabíveis”, afirmou o procurador.

“Constituem assédio moral os atos e comunicações que traduzem um contínuo e ostensivo constrangimento à classe trabalhadora, passíveis de acarretar danos de ordem física, psíquica, moral e existencial ao trabalhador”, disse o procurador.

Os vídeos do evento de fim de ano da Caixa, em Atibaia (SP), circularam na quarta-feira (15) e foram gravados pelos próprios funcionários.

O exercício de flexão de braço é comum nos quartéis e já foi um tipo comum de punição ao militar.

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região também protestou após o ocorrido. “Não devemos baixar a cabeça para os abusos. Os empregados podem e devem contar com as garantias conquistadas e com a força das nossas entidades representativas na sua defesa”, disse o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.

“Nós, os empregados, que fazemos a Caixa ser este banco público tão fundamental para o país, apesar de tão maltratado pelo governo Jair Bolsonaro, temos de ter a consciência de que a nossa organização é forte, que nossa história de luta fala por si só, e que lutaremos e venceremos esses absurdos. Não se intimide”, conclui Dionísio.