Felipe Martins e Ernesto Araújo

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma notícia-crime contra o assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, de racismo por gesto supremacista feito durante sessão do Senado, na quarta-feira (24).

Filipe Martins, que é assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, se sentou atrás do presidente do Senado, que estava fazendo uma fala, e fez um gesto conhecido feito por supremacistas nos Estados Unidos.

Com a mão, os racistas fazem um “W” e um “P”, para simbolizar “white power”, que significa poder branco. Filipe Martins fez o gesto e passou a mão de cima para baixo junto ao corpo.

Para o procurador regional Wellington Cabral Saraiva, que apresentou a notícia-crime, “não se trata de gesto gratuito, natural ou inconsciente, pois não é crível que alguém no domínio de suas faculdades mentais produza essa exata configuração dos quirodáctilos [dedos das mãos] sem desígnio consciente”.

Em suas redes sociais, Filipe Martins jura que estava apenas arrumando o terno.

A notícia-crime afirma que “considerando publicações anteriores suas e seu elevado conhecimento de simbologia política, não há dúvida de sua intenção de divulgar símbolo supremacista racial, ou seja, símbolo que dissemina a inferioridade de negros, latinos e outros grupos discriminados e que induz a essa discriminação e a incita”.

Wellington Saraiva apresentou a notícia-crime para a Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF) e pediu que ela seja distribuída para um procurador, para que seja feita uma denúncia contra Filipe Martins.

Em um vídeo que circula na internet, Jair Bolsonaro posa para foto com um apoiador que faz o mesmo gesto supremacista. Depois de perceber, Bolsonaro se afasta e chega a dizer que o gesto é “bacana”, mas “pega mal pra mim”.