MP-SP pede condenação de 13 negacionistas por “motociata” pró-Covid
O Ministério Público de São Paulo, através da Promotoria de Direitos Humanos, pediu a condenação e o pagamento de multas de 13 pessoas que organizaram e participaram da “motociata” junto com Jair Bolsonaro em junho de 2020, sabotando a quarentena e as medidas de restrição no Estado.
Se forem condenadas, as 13 pessoas citadas no processo pagarão a multa total de R$ 2,8 milhões.
Entre os acusados estão o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, empresários que organizaram o evento e participantes.
“A prática dos requeridos era e ainda é absolutamente inadmissível diante dos efeitos da pandemia que assolou e ainda assola o Estado, configurando-se como grave ato ilícito em desfavor da população paulista, por isso, sendo merecedor de reparação por danos sociais”, afirmou o promotor Arthur Pinto Filho.
Jair Bolsonaro, seus filhos e outros ministros, todos com cargo público, não foram acusados porque têm foro privilegiado.
Na época em que a “motociata” foi realizada, junho de 2020, a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil estava próxima de 2 mil.
Na ação civíl pública, o promotor argumentou que “os requeridos descumpriram e incentivaram massa de pessoas a violar tais deveres, gerando sério prejuízo à saúde da população paulista”.
Os organizadores e participantes, entre os quais o próprio Jair Bolsonaro, “desrespeitaram leis e decretos em vigor para atenuar a disseminação da Covid-19, estimulando aglomerações e dispensando o uso de máscara”.
“No palco final, todos os presentes sem máscaras, sem uma palavra sobre a gravidade da pandemia e a necessidade de cuidados farmacológicos, discursaram. Agiram como se o vírus e a doença fossem uma miragem. (…) Fizeram sem peias, de forma clara, à luz solar, sob as câmeras e microfones da imprensa brasileira, como péssimo exemplo ao conjunto do povo brasileiro”, sustentou.
O Ministério Público está pedindo a condenação do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do organizador do evento Jackson Villar da Silva, do empresário Tomé Abduch, do bispo evangélico Estevam Hernandes e de outras oito pessoas.