O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) a suspensão por oito anos dos direitos políticos do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

O empresário, conhecido como “Véio da Havan”, é um dos nomes ventilados por Jair Bolsonaro para postular uma vaga no Senado pelo Estado de Santa Catarina no próximo pleito.

A eventual candidatura segue uma estratégia de Bolsonaro, que tem investido em nomes que possam se eleger em 2022 e reverter o quadro adverso na Casa – onde tem enfrentado vários obstáculos e colhido derrotas – caso consiga se eleger para um segundo mandato.

Luciano Hang, no entanto, é acusado de cometer abuso de poder econômico nas eleições para prefeito da cidade gaúcha de Santa Rosa.

Um parecer emitido pela Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul em dezembro aponta que o empresário indicou à população do município, em evento eleitoral no dia 11 de novembro de 2020, que só levaria adiante a construção de uma loja na região com a eleição do candidato Anderson Mantei (PP), atual prefeito após ganhar a votação na época.

O MPF transcreveu falas de Luciano Hang no evento, em que afirma que a eleição de Mantei garantiria “menos burocracia” para a cidade. “E aí, a Havan tá aqui nos próximos meses, tenho certeza disso”, prometeu o empresário.

Para os procuradores José Osmar Pumes e Fábio Nesi Venzon, “se encontra bem demonstrada a ocorrência de abuso de poder econômico nas Eleições de 2020, no município de Santa Rosa-RS, praticado pelo investigado Luciano Hang (…) em benefício da chapa à eleição majoritária”.

O Ministério Público também pede que sejam suspensos o diploma do prefeito eleito e do vice, Aldemir Eduardo Ulrich, por terem sido “beneficiados pelo abuso de poder econômico”.