Jair Bolsonaro (sem partido) e Ricardo Barros (PP-PR)

O MPF (Ministério Público Federal) voltou a pedir na Justiça o bloqueio de cerca de R$ 20 milhões em bens do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, e de quatro servidores e ex-servidores do Ministério da Saúde e da empresa Global Saúde.

A Global Saúde é do mesmo dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, conhecido do ex-ministro da Saúde na gestão Temer.

O pedido de bloqueio de bens está no curso da investigação de compras de medicamentos feitas pelo Ministério da Saúde quando Barros era o ministro, na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).

O pedido foi feito na última quarta-feira (22), pela procuradora da República no Distrito Federal, Carolina Martins de Oliveira, na ação de improbidade administrativa que apontou irregularidades na compra de remédios na gestão de Barros à frente do Ministério da Saúde.

De acordo com os procuradores, as irregularidades envolvem a compra dos medicamentos para tratamento de doenças raras, com três pagamentos antecipados de quase R$ 20 milhões.

Os remédios nunca foram entregues.

A contratação envolve a empresa Global Saúde, sócia da Precisa Medicamentos — que foi arrastada para o centro das investigações da CPI da Covid-19 no Senado após suspeitas de irregularidades nas tratativas de compra da vacina indiana Covaxin.

O MPF aponta irregularidades como favorecimento de empresas, inobservância da legislação administrativa, de licitações e sanitária, prejuízo ao patrimônio público, descumprimento de centenas de decisões judiciais, além de, pelo menos, 14 pacientes mortos.