O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) decidiu investigar a prisão do analista de sistemas Filipe Cesário, acusado de jogar ovos em manifestantes bolsonaristas durante protesto no último sábado (1º/5).

O caso ocorreu quando policiais militares, acompanhados de manifestantes bolsonaristas e do deputado estadual Bartô (Novo), entraram no prédio onde o homem mora e o prenderam em flagrante por, supostamente, “lançar objetos, colocação perigosa, injúria e ameaças”.

A prisão foi feita sem mandado de prisão e baseada em depoimentos de testemunhas.

“Eu não arremessei nenhum objeto. Fui até a janela e vi a manifestação. Vi que muita gente olhava para o alto e apontava para mim. Eu gritei ‘fora, Bolsonaro’. Pouco tempo depois, minha campainha tocou”, disse Filipe.

O deputado, que também apareceu na porta do morador, nega ter invadido o apartamento de Filipe. Segundo ele, “apenas” acompanhou o trabalho dos policiais militares e das testemunhas.

Para Rafael Pitzer, advogado que defende Filipe, a prisão foi arbitrária e houve abuso de poder. Ainda segundo ele, trata-se de uma ação política e não de um flagrante.

Em suas redes sociais, o Novo repudiou a conduta do parlamentar e disse que medidas já estão sendo tomadas para punir Bartô.

“A atitude de Bartô, deputado estadual de Minas Gerais, é vergonhosa e completamente incompatível com a de um servidor público, especialmente do NOVO, partido que foi fundado para transformar o Brasil em um país admirável. O Diretório Nacional já tomou as medidas cabíveis junto à Comissão de Ética Partidária para punir adequadamente este ato deplorável, que desrespeita o Estado de Direito, a Constituição e o Estatuto do NOVO”, disse o partido Novo.