Na iminência de que a falta de oxigênio para o tratamento de pacientes de Covid-19 provoque em todo o país a tragédia vista no estado do Amazonas no início do ano, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Paraná (MPF) acionaram o Ministério da Saúde, a Petrobras, o governo do Paraná e a Federação Única dos Petroleiros (Fup) solicitando que a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), localizada em Araucária (PR), seja reativada.

Segundo os ministérios, apenas com pequenas modificações, a Fafen, que foi desativada pela Petrobras no início de 2020, poderia produzir de 350 a 750 mil metros cúbicos de oxigênio hospitalar/medicinal por dia.

“A reativação da Fafen-PR e a consequente produção de oxigênio hospitalar podem evitar que várias vidas deixem de ser ceifadas por asfixia”, afirma a nota conjunta do MPF e MP-PR.

A falta de oxigênio para o tratamento dos pacientes de Covid é um dos gargalos enfrentados pelos brasileiros na luta contra o vírus, diante da total omissão do governo Bolsonaro frente à gravidade da crise no país, que já se aproxima de 300 mil mortes por Covid-19.

Logo após a tragédia anunciada ocorrida em Manaus, porque o Ministério da Saúde já havia sido informado pelo governo do Amazonas sobre a falta do insumo, que fez com que centenas de pessoas morressem asfixiadas, diversas cidades em todo o país registraram falta de oxigênio para o tratamento dos pacientes, sem que o Governo Federal tomasse qualquer iniciativa para buscar alternativas para o seu fornecimento.

Na justificativa do pedido de reativação da Fafen enviado aos órgãos, os MPs alertam para o aumento da procura por cilindros de oxigênio hospitalar/medicinal, para a ocupação dos leitos de UTI “perto do limite” e o “colapso dos hospitais pela insuficiência de leitos, bem como aumento da demanda para uso dos pacientes em tratamento domiciliar”.

“Com o caos hospitalar que, se já não aconteceu em todas as regiões do país, está prestes a acontecer em todo o território nacional – a procura por aluguel ou compra de cilindros de oxigênio e suas recargas aumentou significativamente nos últimos dias, e a tendência, com o crescimento dos casos ativos, é que essa demanda só aumente”, afirmam o MPF e o MP-PR.